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Mensagens

A Maldição da Ignorância: Reflexões Sobre a Demonização da Inteligência Artificial

Fonte da Crítica Ah, a inteligência artificial, esse "Frankenstein" moderno que a humanidade insiste em demonizar! Parece que nos esquecemos de um detalhe básico: fomos nós que a criamos. Mas, claro, é mais fácil culpar os algoritmos do que encarar a verdade de que somos os responsáveis por seu uso — ou pelo mau uso. E, enquanto nos perdemos em discursos subjetivos sobre os perigos da IA, a realidade concreta fica lá, esquecida, gritando por soluções que ninguém parece disposto a ouvir. Eu não posso deixar de rir da ironia. Toda essa comoção contra a IA parte de uma visão que ignora completamente o que realmente está em jogo: uma sociedade tão desconectada de sua própria materialidade que prefere criticar ferramentas ao invés de refletir sobre como elas poderiam ser usadas para resolver problemas reais. Quando leio textos que chamam a IA de "maldição", não posso deixar de perguntar: quem está realmente amaldiçoado aqui? A IA ou nossa incapacidade de faze...

A Dissolução das Estruturas e o Suicídio: Um Diálogo entre Durkheim, Camus e Twenge

Resumo: O suicídio é um fenômeno multifacetado que atravessa diferentes períodos históricos e contextos socioculturais. Este artigo explora o aumento das taxas de suicídio na contemporaneidade a partir de uma reflexão teórica baseada em Émile Durkheim, Albert Camus e Jean Twenge (iGen). Argumenta-se que a dissolução das estruturas sociais tradicionais, aliada à fragmentação do "eu" no ciberespaço, contribui para um estado de desamparo e vazio existencial. Durkheim sugere que o amparo social oferecido por instituições como família, religião e sociedade era capaz de proteger o indivíduo contra o desespero. Camus, por sua vez, propõe que o sentido da existência deve ser encontrado pelo próprio indivíduo, mesmo diante do absurdo da vida. Já Twenge revela que o "eu" contemporâneo, diluído nas redes digitais, carece tanto de integração social quanto da capacidade de enfrentamento interno, resultando em um aumento alarmante de suicídios, especialmente entre jov...

Entre Likes e Democracia: Um Possível Futuro que Não É Sobre Você

Eu estava lendo um livro. Sim, um livro. Pode parecer raro hoje em dia, mas acontece. Era o trabalho de Jean Twenge sobre a geração iGen – esses jovens que cresceram cercados por smartphones e redes sociais, que saem de casa cada vez mais tarde e, muitas vezes, não saem nunca. Enquanto lia, comecei a pensar em algo que pode soar absurdo: e se, no futuro, a democracia não for mais o sistema vigente? Não, veja bem, eu não estou sugerindo que devemos abandoná-la, mas apenas considerando um futuro possível. Um futuro plausível, aliás, diante do que Twenge nos mostra em sua análise. Não me entenda mal – isso não é sobre você, caro leitor. Nem é um pedido de curtidas, comentários ou compartilhamentos. Isso aqui é só uma reflexão minha, baseada no que li e pensei. Se você discordar, ótimo. Se concordar, também ótimo. A questão é que, enquanto lia, comecei a perceber que talvez estejamos plantando as sementes de algo que pode um dia substituir a democracia – não por um golpe ou rev...

Comandos, Perguntas e a Arte Perdida de Pensar

Fonte Há algo quase cômico — se não fosse trágico — em perceber que vivemos em uma época onde o poder de comandar, de mudar, de transformar, depende de algo tão simples e tão complexo: perguntas. Parece óbvio, mas não é. Afinal, quando foi a última vez que você, eu, qualquer um de nós, fez uma pergunta realmente boa? Perguntas que abalam, que movem, que exigem mais do que uma busca no Google. O problema não está apenas na nossa incapacidade de fazer perguntas. Não, isso seria fácil de resolver. O problema é mais profundo: vivemos alienados em nossos "4x4" de segurança — quartos, telas, bolhas —, onde o mundo material se resume ao próximo clique. Ali, onde deveria existir tensão com o real, encontramos a apatia de quem vive uma "existência confortável". O resultado? As perguntas tornam-se rasas, limitadas por demandas imediatas: “Qual tênis vai me fazer correr mais rápido?”, “Como evitar que o pino caia enquanto faço supino?” — um verdadeiro hino à superf...

O Poder do Questionamento na Era da Inteligência Artificial

Aqui estou eu, questionando a dúvida. Sim, a dúvida. Esse fenômeno fabuloso que nos diferencia das máquinas. Dizem que ela nos torna humanos, mas, sinceramente, olhando para o estado das coisas, começo a achar que duvidar é só um jeito sofisticado de disfarçar nossa ignorância. Afinal, enquanto eu me debato com perguntas existenciais, a IA já me conhece melhor do que meu terapeuta. A dúvida não nos libertou, como prometeu. Pelo contrário, nos aprisionou em loops intermináveis de reflexão, enquanto algoritmos frios, mas eficientes, tomam decisões que moldam o mundo. E o que eu faço? Curto, comento, talvez compartilhe. Uma verdadeira revolução discursiva, não é mesmo? Vivemos tempos onde tragédias e espetáculos competem pela nossa atenção. Se é o show da Madonna ou as enchentes no Rio Grande do Sul, não importa: o algoritmo já decidiu o que você verá. Isso é liberdade? Claro que é, só que ao contrário. A pandemia nos deu uma chance de aprender algo, mas preferimos o conforto ...

Eu Sou, Mas Não Tenho: Reflexões Irônicas Sobre o Eu na Era Mediática

Introdução "Eu sou, mas não tenho." Uma frase que, à primeira vista, pode parecer uma afronta ao mundo moderno. Afinal, como é possível existir sem ter algo para exibir, para vender ou para consumir? Estamos imersos em um universo mediático onde o "ter" — de curtidas a narrativas prontas — define a existência funcional. Porém, o que acontece quando não temos nada a oferecer dentro dessa lógica? Seria isso uma liberdade ou uma sentença de irrelevância? Este texto é uma reflexão irônica sobre essa condição paradoxal. Ele não busca uma verdade absoluta nem pretende desmascarar mentiras. Apenas questiona, porque, no fundo, é o que resta quando o "eu" tenta existir sem ser funcional. Desenvolvimento Vivemos tempos em que o "eu" é construído como mercadoria. Um perfil bem estruturado, repleto de imagens calculadamente espontâneas, seguido por centenas de desconhecidos, é hoje o padrão mínimo de existência. Eu? Eu não tenho nada disso. Nada ...

"Eu, criador de conteúdo? Só se for de questionamentos"

Olha, eu fui vasculhar sobre o que é ser um “criador de conteúdo digital”. Pensei: “Talvez eu seja isso, né?”. Li, pesquisei e, para minha surpresa (ou nem tanto), a resposta foi um sonoro “não”. É muito trabalho. Eu escrevo uns textos e jogo por aí, mas isso, definitivamente, não faz de mim um criador de conteúdo digital. Nem de longe. Meus textos não têm aquela leveza da vida na tela, aquela coisa mastigável para quem só quer deslizar o dedo e rir de um meme. Nada disso. Aqui, o buraco é mais embaixo – e tem lama. Os assuntos que abordo? São profundos. Tão profundos que, quem se arrisca a ler, corre o sério risco de não voltar à superfície. Não falo de filtros bonitos ou frases motivacionais, não. Eu falo da realidade, daquela que morde. Discuto materialidade, valores (os reais, não os bancários), o que dá para imaginar em tempos em que a imaginação parece estar de folga. São questionamentos que faço para mim mesmo. Se publico, é só porque me deu vontade. Quem quiser ler,...