Conclusão - Part - (2 final) - Anatomia da dor performance: Freud, Furedi, Han e Cioran na era do sujeito exausto
Conclusão - Part - (2 final) - Anatomia da dor performance: Freud, Furedi, Han e Cioran na era do sujeito exausto #maispertodaignorancia Ao observar como a dor migrou do recanto íntimo para o palco digital, percebo que hoje não basta sofrer: é preciso enquadrar, legendar e monetizar cada fissura da alma. Neste ensaio, falo em primeira pessoa porque também me vejo implicado nessa engrenagem que converte angústia em capital simbólico e clickável. Sigo quatro vozes — Freud, Furedi, Han e Cioran — para mapear a metamorfose de um mal‑estar que, longe de silenciar‑se, aprendeu a performar. Começo por Freud, que nos lembra do preço da civilização: reprimo pulsões para coexistir e, como recibo, herdo culpa e sintomas. Contudo, a dinâmica contemporânea trocou o divã pelo feed; a confissão terapêutica substituiu o silêncio elaborativo. Meu sintoma agora vem com filtro, estatística de engajamento e, por vezes, link de afiliado. Recalque tornou‑se pop‑up, superego assumiu forma algorít...