Texto Fonte para opinião A ironia da máquina “ansiosa” Li a notícia da IGN Brasil sobre algoritmos “bombardeados” por perguntas até ficarem “estressados” — ela pinta imagens de chips suando frio, quando, na prática, trata-se de degradação estatística, não de sofrimento existencial. Mesmo assim, o sensacionalismo cola porque cultivamos a fantasia de que a tecnologia herdará nossos dilemas e, por tabela, resolverá o que ignoramos em nós mesmos. É a velha transferência: em vez de encarar a angústia, terceirizamos a inquietação para um servidor em nuvem. Narcisismo primário em pixels de dopamina Freud enxergou no narcisismo primário o primeiro espelho onde o Eu se reconhece pela aprovação do Outro. Hoje, esse espelho mede 6,7 polegadas e exibe o placar diário de curtidas. Pesquisas brasileiras relacionam o uso intenso de redes sociais a picos de dopamina e a 45 % dos casos de ansiedade em jovens. Ao reforçarmos a lógica da comparação infinita, convertemos desej...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva