O Desejo Já Não Nos Pertence: A Captura Algorítmica da Vontade Humana Introdução Sempre acreditei que o desejo fosse uma experiência pessoal, algo que emergia do meu interior, das minhas vivências e escolhas. No entanto, conforme fui me aprofundando em autores como René Girard, Byung-Chul Han, Freud e Marcuse, percebi que essa ideia era uma ilusão bem construída. O desejo, longe de ser espontâneo, é um reflexo do desejo do outro, e essa estrutura mimética sempre foi parte da humanidade. Mas há algo ainda mais profundo acontecendo na contemporaneidade: o desejo agora é antecipado, gerenciado e transformado em demanda pelas redes mediáticas e pelos algoritmos que operam no espaço digital. Se antes o desejo mimético nos fazia desejar o que o outro deseja, agora o próprio sistema digital organiza essa lógica, inserindo objetos de desejo em nossas vidas sem que sequer tivéssemos tempo para desejá-los. O que isso significa para a nossa subjetividade? Ainda somos seres desejantes ...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva