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O beijaço pago e a moral de vitrine: quando a empatia é terceirizada pelo Pix

O beijaço pago e a moral de vitrine: quando a empatia é terceirizada pelo Pix Fonte original: https://g1.globo.com/pop-arte/diversidade/noticia/2025/08/07/o-que-e-capacitismo-entenda-debate-nas-redes-apos-nattan-pagar-r-1-mil-para-homem-beijar-mulher-com-nanismo.ghtml #maispertodaignorancia @maispertodaignorancia O episódio é simples e grotesco na mesma medida: um cantor paga R$ 1.000 para um homem beijar uma mulher com nanismo. O gesto, aparentemente “generoso” ou “divertido”, abre uma fissura incômoda na vitrine moral das redes. Não é só sobre capacitismo — embora seja, e muito. É sobre como, no espetáculo contemporâneo, a empatia se converte em moeda e a dignidade, em performance rentável. O beijo não é afeto, é transação. Byung-Chul Han já diagnosticou, em A expulsão do outro, que vivemos num tempo em que a alteridade é corroída: o outro só nos interessa enquanto extensão do nosso próprio reflexo, enquanto alimenta nossa autoimagem luminosa diante da plateia digital. Nã...

Beijo comprado, silêncio vendido

Beijo comprado, silêncio vendido Fonte original: https://g1.globo.com/pop-arte/diversidade/noticia/2025/08/07/o-que-e-capacitismo-entenda-debate-nas-redes-apos-nattan-pagar-r-1-mil-para-homem-beijar-mulher-com-nanismo.ghtml #maispertodaignorancia Não é preciso muito esforço para perceber que o espetáculo contemporâneo tem uma fome insaciável por transformar tudo em moeda — até mesmo aquilo que supostamente denuncia. O caso recente do cantor Nattan, que pagou mil reais para um homem beijar uma mulher com nanismo, foi imediatamente capturado pelas redes sociais, não como tragédia, mas como matéria-prima para a coreografia previsível da indignação digital. O gesto, já em si constrangedor, não foi isolado: é parte de um ritual social que Byung-Chul Han chamaria de “pornografia da transparência”, na qual o íntimo é exposto para produzir comoção, compartilhamentos e, claro, engajamento. A ação, que poderia ser lida como violência simbólica — e é —, tornou-se apenas mais um frame ...