Entre espelhos digitais e corpos materiais: crítica irônico-argumentativa ao pânico cognitivo da IA Resumo Reúno, em pouco palavras, um ensaio que confronta o diagnóstico midiático de “atrofia cerebral” provocada pelo uso da inteligência artificial (IA) com tradições críticas de Marx, Bauman, Han, Zuboff, O’Neil e Twenge. Defendo que tais manchetes ignoram a dimensão sócio-material da aprendizagem: a capacidade reflexiva nunca esteve distribuída igualmente, pois depende dos meios de produção simbólica e das vivências concretas. A IA, portanto, não “rouba” cognição; antes, espelha — e às vezes amplifica — os atalhos mentais buscados pelo cérebro em qualquer ecossistema técnico. O verdadeiro risco está em reforçar, via algoritmos, as assimetrias de consumo cultural que já moldam o Brasil “analfabeto funcional”. Concluo que a discussão pública permanece restrita a grupos hiperescolarizados capazes de publicar em portais de alta visibilidade, enquanto as camadas populares ...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva