Renda mínima: alívio humanitário ou controle algorítmico da existência? Por José Antônio Lucindo da Silva Nos últimos tempos, tenho escutado muito sobre a tal renda básica universal. E não, não estou falando de um experimento futurista em Marte, mas sim de uma proposta concreta para o nosso planeta cada vez mais automatizado e mediaticamente colonizado. Confesso: a ideia parece bonita — quem não gostaria de receber um valor mensal para viver, sem precisar se submeter à lógica brutal do mercado de trabalho? Mas é justamente aí que reside a armadilha. Quando o sistema começa a dar dinheiro, o que exatamente ele está tomando em troca? Parto de uma reflexão materialista, ancorada em Marx, onde compreendo que a base da nossa cognição não é neutra: ela é formada pelos meios de produção e de consumo. E hoje, os meios de consumo não apenas nos oferecem mercadorias — eles moldam nossos desejos, ditam nossos comportamentos e, sobretudo, organizam nossa subjetividade em torn...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva