Fonte da Opinião Assista o vídeo em nosso canal “Entre o Eu e o Algoritmo: o desespero performático de existir” Sou fruto de uma época marcada pela aceleração, pela sobreposição de discursos e pela tentativa desesperada de construir um eu sólido sobre um chão que se dissolve a cada curtida. Em meio a tantas vozes, tantas opiniões, tantos algoritmos moldando até mesmo meus desejos, começo a suspeitar que o que falo já não me pertence. O discurso que construo parece mais uma mercadoria do que uma expressão autêntica de mim. Como dizia Byung-Chul Han, o outro virou uma funcionalidade, uma "não-coisa" — e talvez eu também. Já não sei se desejo ou apenas obedeço a uma demanda. O prazer se transformou em moeda, e a carência virou produto. A lógica do mercado é tão feroz que não me permite sequer elaborar minha dor — ela é imediatamente traduzida em conteúdo, em post, em performance. O luto não tem mais tempo, como alertava Fédida. A depressão foi convertida em identidad...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva