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A mostrar mensagens com a etiqueta capitalismo

O ruído como sintoma civilizatório: quando o silêncio é privatizado e o barulho se torna norma

O ruído como sintoma civilizatório: quando o silêncio é privatizado e o barulho se torna norma Fonte:  https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx276gp5j18o Introdução Vivemos cercados por uma poluição invisível, mas talvez mais corrosiva do que a fumaça das fábricas ou os anúncios luminosos das avenidas digitais: o ruído. Não falo apenas do barulho do trânsito ou do cachorro do vizinho, mas do tremor contínuo de sons menores, quase imperceptíveis, que, somados, constroem uma atmosfera insuportável. A BBC Future trouxe à tona um fenômeno pouco discutido: a sensibilidade ao ruído — uma condição biológica, psíquica e social que atinge até 40% da população, mas que ainda não é reconhecida como diagnóstico formal. Na prática, significa viver em estado de hipervigilância acústica, onde o cérebro não consegue desligar os canais sonoros, transformando o ambiente em um campo minado de incômodos constantes. Este artigo busca tensionar o tema sob três dimensões: biológica, psicoló...

Discursividade econômica e adoecimento social na crise brasileira

Discursividade econômica e adoecimento social na crise brasileira Em tempos de euforia contábil e discursos de "estabilidade", talvez seja hora de perguntar: o que adoece quando a economia melhora? Este ensaio articula dados concretos de informalidade, precarização, ansiedade e burnout com o discurso midiático da autonomia produtiva — revelando um Brasil que finge independência intelectual enquanto convulsiona por dentro. Atravessando Marx, Byung‑Chul Han e Dejours, o texto traça um mapa do sofrimento contemporâneo onde o corpo, o trabalho e a linguagem colapsam juntos. Não há solução no final. Apenas a dúvida bem colocada. 📎 Baixe o artigo completo aqui: https://drive.google.com/file/d/1ZNbRCVeigYD_T-xEf3Pk2BNxI9ZfUOYz/view?usp=drivesdk #maispertodaignorancia ✍️ Nota do autor José Antônio Lucindo da Silva é psicólogo clínico (CRP 06/172551), pesquisador independente e autor do projeto Mais Perto da Ignorância, dedicado a analisar a cultura digital, o trabalho e ...

A Ditadura do Eu Ideal: quando a perfeição vira prisão

A Ditadura do Eu Ideal: quando a perfeição vira prisão (https://share.google/tQew2BslhsqhaWowJ) Vivemos em tempos em que a busca pela perfeição deixou de ser uma inquietação íntima para se tornar uma imposição coletiva, quase um dever moral. A matéria da Folha evidencia aquilo que o projeto Mais Perto da Ignorância já vem apontando: a idealização do eu — impulsionada por discursos de sucesso, bem-estar e plenitude — não é apenas uma construção subjetiva, mas um mecanismo socialmente estruturado de opressão. A sociedade do desempenho, como diagnosticada por Byung-Chul Han, transformou o sujeito em empresa de si mesmo, onde cada imperfeição é um déficit a ser eliminado. A perfeição, antes um horizonte simbólico de transcendência ou amadurecimento, foi engolida pela mercantilização do ser. Agora, ela exige resultado, performance e visibilidade. O problema é que esse ideal não admite falhas, nem silêncio, nem luto, nem sombra. O sofrimento, quando não pode ser curado ...