A Ilusão Digital e o Corpo que Apodrece: Uma Reflexão Materialista em Tempos de Aceleração Discursiva
A Ilusão Digital e o Corpo que Apodrece: Uma Reflexão Materialista em Tempos de Aceleração Discursiva Vivemos na era da superação. Superamos limites, barreiras e, claro, tentamos superar até mesmo o nosso corpo. Afinal, por que aceitar a decadência inevitável da matéria quando podemos esconder tudo isso com um bom filtro digital ou uma cirurgia estética financiada em suaves prestações? A ironia aqui é deliciosa: tentamos fugir daquilo que mais nos define, nossa própria materialidade, como se um discurso engajado nas redes pudesse nos salvar da decomposição que, inevitavelmente, virá. Não é curioso como todos os nossos grandes dilemas existenciais agora cabem em 280 caracteres ou em um story de 15 segundos? E ainda assim, fingimos que estamos elaborando algo profundo enquanto ignoramos a função mais básica do corpo: existir no tempo e no espaço. A aceleração discursiva não é uma solução, é um sintoma. Segundo Cioran (2009), a dúvida não é uma ferramenta de sabedoria, mas um...