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Entre a Luz da Tela e o Peso do Pulso: ensaio teórico-existencial a partir de um “eu” que tropeça no próprio feed

Entre a Luz da Tela e o Peso do Pulso: ensaio teórico-existencial a partir de um “eu” que tropeça no próprio feed Resumo Redijo, em primeira pessoa, uma travessia reflexiva sobre a experiência de subjetivação na era da conectividade ubíqua.  Parto de minhas vivências no ciberespaço e as confronto com autores que mapearam o mal-estar moderno — Durkheim, Bauman, Han, Cioran, Kierkegaard, Camus e Botega — para problematizar a atual explosão de quadros psíquicos associados ao uso intensivo de IA conversacionais. Ao articular memórias, ironia e crítica bibliográfica, sustento que o fenômeno não constitui desvio pontual, mas sintoma de longos processos de liquefação das estruturas sociais, colonização do desejo por métricas e avanço de uma positividade tóxica.  O texto dialoga com o projeto #maispertodaignorancia, assumindo, pois, o risco do inacabado como método de investigação. Palavras-chave: subjetividade digital; mal-estar; psicose tecnológica; liquidez social; crít...

A Insuportável Leveza do Mal-Estar: Uma Crônica Pós-Moderna

A Insuportável Leveza do Mal-Estar: Uma Crônica Pós-Moderna Sempre fui fascinado pela capacidade da humanidade de produzir discursos grandiosos sobre sua própria insignificância.  No século XX, Freud já alertava sobre um mal-estar intrínseco à civilização, uma espécie de preço inevitável que pagamos pela convivência social, trocando parte de nossa liberdade por segurança e bem-estar coletivo (Freud, 2012).   Décadas depois, Zygmunt Bauman, em seu provocativo ensaio sobre o mal-estar pós-moderno, ampliou a angústia freudiana para uma sociedade fragmentada, líquida e repleta de relações efêmeras (Bauman, 2012). Vivemos hoje uma fase paradoxal: quanto mais tecnologia acumulamos para supostamente conectar e facilitar nossa existência, mais isolados e ansiosos nos tornamos.  Shoshana Zuboff descreve essa era como a do capitalismo de vigilância, na qual nossa intimidade é mercantilizada e consumida por algoritmos que pretendem prever nosso comportamento (Zuboff, 202...

O sujeito não está mais aqui: correção, conexão e consolo em tempos de IA

O sujeito não está mais aqui: correção, conexão e consolo em tempos de IA Resumo: O presente artigo explora, em primeira pessoa, o sumiço do sujeito no contexto contemporâneo dominado por inteligências artificiais e performances digitais. Parte-se de três notícias recentes que, a pretexto de avanços tecnológicos, denunciam a substituição da escuta pela correção, da relação pela interface e do sofrimento pela performance. Entre links, falas de especialistas e uma boa dose de ironia ácida, sugere-se que o sujeito não desapareceu: ele foi deletado, suavemente, com emoji de aprovação.   Se você procurar bem, talvez encontre o sujeito entre os termos de uso. Não na escola, onde a correção da redação já pode ser feita por um robô que distribui notas altas a textos vazios. Também não na terapia, onde outro robô, gentil e acolhedor, oferece escuta sem escuta, fala sem escuta e ausência sem falta. Muito menos nas redes, onde somos todos conectados, mas estranhamente s...