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Um anônimo disse!

Narrativas Invisíveis do Colapso: Uma leitura psicobiossocial da performatividade emocional contemporânea Resumo: Este artigo propõe uma análise psicobiossocial crítica das construções narrativas associadas à patologização contemporânea do sofrimento, com base em uma entrevista concedida por um sujeito anônimo em mídia nacional. Sem identificar nomes próprios, buscamos tensionar o apagamento das dimensões biológicas, sociais e simbólicas que estruturam o adoecimento psíquico. Fundamentado nas obras de Freud, Kierkegaard, Bauman, Byung-Chul Han, Zuboff e documentos clínicos como o DSM-V e CID-11, o texto explora o paradoxo entre a vivência do colapso e sua estetização performática no discurso médico-midiático. Evidencia-se a carência de um modelo integrativo que contemple os dados clínicos e sociais em sua radical complexidade, sem reducionismos diagnósticos. Conclui-se com a necessidade de reinscrever o sofrimento para além da lógica classificatória, considerando o sujeito ...

Discursividade econômica e adoecimento social na crise brasileira

Discursividade econômica e adoecimento social na crise brasileira Em tempos de euforia contábil e discursos de "estabilidade", talvez seja hora de perguntar: o que adoece quando a economia melhora? Este ensaio articula dados concretos de informalidade, precarização, ansiedade e burnout com o discurso midiático da autonomia produtiva — revelando um Brasil que finge independência intelectual enquanto convulsiona por dentro. Atravessando Marx, Byung‑Chul Han e Dejours, o texto traça um mapa do sofrimento contemporâneo onde o corpo, o trabalho e a linguagem colapsam juntos. Não há solução no final. Apenas a dúvida bem colocada. 📎 Baixe o artigo completo aqui: https://drive.google.com/file/d/1ZNbRCVeigYD_T-xEf3Pk2BNxI9ZfUOYz/view?usp=drivesdk #maispertodaignorancia ✍️ Nota do autor José Antônio Lucindo da Silva é psicólogo clínico (CRP 06/172551), pesquisador independente e autor do projeto Mais Perto da Ignorância, dedicado a analisar a cultura digital, o trabalho e ...

Proibir ou punir? Quando a proteção veste a toga do controle

Proibir ou punir? Quando a proteção veste a toga do controle Fonte da Informação Austrália quer banir menores de 16 anos das redes sociais, mas decisão pode revelar mais sobre os adultos do que sobre os jovens. O medo é deles — ou nosso? O governo australiano propôs, nesta semana, o banimento de adolescentes com menos de 16 anos de plataformas como TikTok, Instagram e YouTube. A justificativa: proteger a saúde mental infantojuvenil. Mas será que o silêncio imposto é mesmo cuidado — ou apenas mais um recalque disfarçado de zelo público? 🔹 O fetiche da segurança digital A proposta surge em meio ao aumento de diagnósticos de ansiedade e depressão entre jovens. Porém, como lembra Zygmunt Bauman, em *O mal-estar da pós-modernidade*, a sociedade contemporânea busca segurança não para enfrentar o risco, mas para evitá-lo a qualquer custo. A liberdade é vigiada, higienizada, proibida de falhar — sob pena de ser culpabilizada por sofrer. 🔹 Recalque legislativo, ang...

Solidão: a epidemia silenciosa no mundo que insiste em não ser ouvida

Solidão: a epidemia silenciosa no mundo que insiste em não ser ouvida (https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/07/7203611-solidao-mata-100-pessoas-por-hora-no-mundo-alerta-neurologista.html) Em um planeta hiperconectado, onde cada segundo é compartilhado em tempo real, a solidão ainda reina — e mata. A matéria do Correio Braziliense revela um dado alarmante: 100 pessoas morrem por hora em decorrência da solidão, segundo alerta do neurologista Fabiano de Abreu. Um dado que deveria nos fazer parar. Mas não paramos. A pressa pelo sucesso, a estetização do bem-estar e a substituição das relações por telas pavimentam o caminho de uma nova epidemia: a ausência do outro real. Na lógica discursiva digital, o laço afetivo foi resumido a um emoji, e a dor, anestesiada com performances. Paradoxalmente, nunca estivemos tão cercados — e tão isolados. O “eu” tornou-se soberano, mas esse soberano governa um trono vazio. A dopamina de uma notificação substitui o toque...

Transtornos femininos ou sintomas de uma sociedade adoecida?

Transtornos femininos ou sintomas de uma sociedade adoecida? (https://www.metropoles.com/saude/saude-mental-feminina-5-transtornos) Vivemos tempos em que a saúde mental feminina parece ser recortada em categorias de transtornos como se fossem mercadorias diagnósticas expostas numa vitrine clínica. No artigo do Metrópoles, lemos sobre ansiedade, depressão, burnout, transtornos alimentares e bipolaridade — todos apresentados como condições recorrentes entre mulheres, especialmente em contextos de acúmulo de papéis. Mas será que estamos falando de transtornos propriamente ditos, ou sintomas de um sistema que patologiza os efeitos de sua própria opressão? A chamada saúde mental feminina talvez revele mais da saúde do sistema do que da mulher. Como já sugeria a crítica feminista da psiquiatria, desde o século passado, há uma tendência de medicalizar respostas legítimas ao sofrimento, sobretudo quando vêm do feminino. A “mulher ansiosa” pode ser apenas a mulher que carre...

Do Fazer ao Manter-se: o Trabalho como Dispositivo de Permanência na Pós-Modernidade

Fonte da Opinião Do Fazer ao Manter-se: o Trabalho como Dispositivo de Permanência na Pós-Modernidade Autor: José Antônio Lucindo da Silva #maispertodaignorancia Data: 15 de junho de 2025 Resumo Este artigo propõe uma reflexão filosófica e crítica sobre a transformação do trabalho ao longo do tempo, partindo de sua função primordial enquanto mediação entre o sujeito e a realidade material até sua atual condição de mera justificativa simbólica para a permanência na discursividade contemporânea. Com base em Karl Marx, Byung-Chul Han, Emil Cioran e Freud, argumenta-se que a materialidade do trabalho foi esvaziada pelo discurso da performance, que desloca o sentido do fazer para a sobrevivência simbólica. Analisa-se como a obviedade do "trabalhar para viver" tornou-se uma estrutura de manutenção do vazio, produzindo sujeitos exaustos, ansiosos e alienados de sua potência transformadora. Palavras-chave: Trabalho; Materialidade; Discurso; Sobrevivência; Pós-modernidade; Alienação. ...