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O ruído como sintoma civilizatório: quando o silêncio é privatizado e o barulho se torna norma

O ruído como sintoma civilizatório: quando o silêncio é privatizado e o barulho se torna norma Fonte:  https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx276gp5j18o Introdução Vivemos cercados por uma poluição invisível, mas talvez mais corrosiva do que a fumaça das fábricas ou os anúncios luminosos das avenidas digitais: o ruído. Não falo apenas do barulho do trânsito ou do cachorro do vizinho, mas do tremor contínuo de sons menores, quase imperceptíveis, que, somados, constroem uma atmosfera insuportável. A BBC Future trouxe à tona um fenômeno pouco discutido: a sensibilidade ao ruído — uma condição biológica, psíquica e social que atinge até 40% da população, mas que ainda não é reconhecida como diagnóstico formal. Na prática, significa viver em estado de hipervigilância acústica, onde o cérebro não consegue desligar os canais sonoros, transformando o ambiente em um campo minado de incômodos constantes. Este artigo busca tensionar o tema sob três dimensões: biológica, psicoló...

A superdotação da dor: quando o saber performa o sofrimento

A superdotação da dor: quando o saber performa o sofrimento Fonte original: https://noticiasdatv.uol.com.br/noticia/atitude/superdotacao-especialista-explica-diagnostico-de-whindersson-nunes-139839 #maispertodaignorancia O diagnóstico de superdotação de Whindersson Nunes, tratado com a habitual roupagem midiática do “dom” e da “exceção”, revela menos sobre o sujeito em questão e mais sobre o fetiche contemporâneo pela excelência disfuncional. Superdotado não é mais aquele que pensa fora da curva, mas o que continua performando mesmo quando a curva da angústia já desfigurou sua existência. Estamos diante de um novo tipo de capital simbólico: o sofrimento rentável. Quando a matéria nos informa que Whindersson “sempre teve facilidade em aprender, mas dificuldades em interagir”, o não-dito emerge como um grito mudo: será que a alta capacidade cognitiva compensa o fracasso relacional em uma sociedade que exige empatia como moeda, mas entrega conexão como espetáculo? A especializ...