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O abismo não é um bug: é a arquitetura

O abismo não é um bug: é a arquitetura #maispertodaignorancia Introdução Vivemos numa época em que não é mais possível distinguir o que é espontâneo do que é projetado, e não porque alcançamos algum estado filosófico elevado, mas porque a própria matéria das nossas interações — afetivas, políticas, econômicas — está moldada por arquiteturas invisíveis. Chamamos essas arquiteturas de plataformas, redes, aplicativos, mas a palavra mais honesta seria: sistemas de ranqueamento. Não é preciso ser um paranoico digital para perceber que a visibilidade, o afeto e até a indignação são hoje administrados como um recurso econômico. Cathy O’Neil, em Algoritmos de Destruição em Massa, nos lembra que o ranqueamento não é um detalhe técnico, mas uma arma estatística que, sob o verniz da neutralidade matemática, distribui oportunidades, exclui corpos e captura subjetividades. E como toda arma bem calibrada, não erra o alvo: atinge preferencialmente os vulneráveis, os despossuídos, aqueles ...

O algoritmo como destino: arquiteturas invisíveis e o valor do sujeito

O algoritmo como destino: arquiteturas invisíveis e o valor do sujeito Introdução Vivemos numa época em que não é mais possível distinguir o que é espontâneo do que é projetado, e não porque alcançamos algum estado filosófico elevado, mas porque a própria matéria das nossas interações — afetivas, políticas, econômicas — está moldada por arquiteturas invisíveis. Chamamos essas arquiteturas de plataformas, redes, aplicativos, mas a palavra mais honesta seria: sistemas de ranqueamento. Não é preciso ser um paranoico digital para perceber que a visibilidade, o afeto e até a indignação são hoje administrados como um recurso econômico. Cathy O’Neil, em Algoritmos de Destruição em Massa, nos lembra que o ranqueamento não é um detalhe técnico, mas uma arma estatística que, sob o verniz da neutralidade matemática, distribui oportunidades, exclui corpos e captura subjetividades. E como toda arma bem calibrada, não erra o alvo: atinge preferencialmente os vulneráveis, os despossuídos,...

O abismo não é um bug: é a arquitetura

O abismo não é um bug: é a arquitetura Introdução Vivemos numa época em que não é mais possível distinguir o que é espontâneo do que é projetado, e não porque alcançamos algum estado filosófico elevado, mas porque a própria matéria das nossas interações — afetivas, políticas, econômicas — está moldada por arquiteturas invisíveis. Chamamos essas arquiteturas de plataformas, redes, aplicativos, mas a palavra mais honesta seria: sistemas de ranqueamento. Não é preciso ser um paranoico digital para perceber que a visibilidade, o afeto e até a indignação são hoje administrados como um recurso econômico. Cathy O’Neil, em Algoritmos de Destruição em Massa, nos lembra que o ranqueamento não é um detalhe técnico, mas uma arma estatística que, sob o verniz da neutralidade matemática, distribui oportunidades, exclui corpos e captura subjetividades. E como toda arma bem calibrada, não erra o alvo: atinge preferencialmente os vulneráveis, os despossuídos, aqueles que não podem “otimizar...