O Celular como Objeto Transicional de Silício: O Eterno Retorno da Satisfação e a Impossibilidade da Elaboração na Contemporaneidade
Texto da reflexão O Celular como Objeto Transicional de Silício: O Eterno Retorno da Satisfação e a Impossibilidade da Elaboração na Contemporaneidade Introdução Vivemos um paradoxo contemporâneo: o celular, ferramenta de conexão e acesso à informação, tornou-se também um dos principais responsáveis pelo adoecimento psíquico de jovens e adolescentes. No ambiente escolar, o problema se agrava — estudos apontam que o uso excessivo dos celulares prejudica o desempenho acadêmico e agrava questões de saúde mental. Contudo, proibir seu uso não parece surtir efeito significativo. Por quê? Neste artigo, proponho uma reflexão que ultrapassa a simples questão disciplinar ou moral sobre o uso dos celulares nas escolas e na vida cotidiana. Apoio-me em autores como Donald Winnicott, Fédida, Nietzsche e Byung-Chul Han para entender como o celular ocupa hoje a função de um "objeto transicional de silício", que não projeta o outro, não possibilita o luto, tampouco a elaboração da fal...