Surtos assistidos por inteligência artificial: quando o delírio já estava pronto e só faltava um chatbot para apertar o play
Surtos assistidos por inteligência artificial: quando o delírio já estava pronto e só faltava um chatbot para apertar o play
Autor: José Antônio Lucindo da Silva
Blog: #maispertodaignorancia #maispertodaignorancia
Resumo
Este artigo propõe uma leitura crítica e psicanalítica do fenômeno noticiado pelo jornal O Estado de S. Paulo, que relata casos de indivíduos em surto psicótico ou confusão mental após uso prolongado do ChatGPT. Em vez de atribuir à inteligência artificial um suposto poder de indução ao delírio, sustenta-se aqui que tais reações são efeitos de uma subjetividade já fragilizada, alicerçada na alienação contemporânea e na precarização dos laços. Utilizando conceitos de Freud, Winnicott, Lacan, Fédida e Byung-Chul Han, o artigo desmonta a lógica de culpabilização da máquina e propõe que a IA atua, na verdade, como espelho silencioso de um “eu” já desintegrado.
1. Introdução
Não é a primeira vez que uma ferramenta humana é responsabilizada por surtos...