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Eu, vítima, logo existo: o colapso do sujeito na era da performatividade discursiva

Eu, vítima, logo existo: o colapso do sujeito na era da performatividade discursiva Por : José Antônio Lucindo da Silva CRP:06/172551 joseantoniolcnd@gmail.com Vivemos uma crise. Mas não dessas que exigem panela batendo ou ministro sendo substituído. A crise é mais profunda, mais sutil e, por isso mesmo, mais devastadora. Trata-se da crise do eu — ou melhor, da impossibilidade de sustentarmos um eu que não seja apenas um derivado algorítmico da vitimização. Sim, caro leitor, é com pesar e ironia que admito: eu só existo se estiver sofrendo. E de preferência, com um bom enquadramento e um texto indignado. O sofrimento, hoje, é o que me garante identidade. Não mais o desejo, como queria Freud, não mais a ação, como pensava Arendt, tampouco a razão, como sonhava Kant. Agora, o que me constitui é o lugar simbólico da vítima — e quanto mais me estabeleço ali, mais engajamento recebo. Daniele Giglioli, em sua obra A crítica da vítima (2020), foi certeiro ao afirmar que o novo suj...