A consciência como serviço: quando o sujeito vira atualização de sistema Por José Antônio Lucindo da Silva CRP: 06/172551 O primeiro episódio da sétima temporada de Black Mirror, intitulado "Pessoas Comuns", é mais do que uma distopia tecnológica: é um espelho incômodo que nos devolve não a imagem do futuro, mas o reflexo mais cru do presente. A trama acompanha Amanda, professora diagnosticada com um tumor cerebral, cuja "cura" é oferecida por uma empresa chamada Rivermind: remover a parte afetada de seu cérebro e substituí-la por tecido sintético, conectado a um servidor remoto. Em troca, ela viverá. Desde que se pague a mensalidade. Não se trata mais de imortalidade, como prometia o transumanismo. Trata-se da amortalidade: uma existência que não morre, mas também não vive. Amanda torna-se funcional, performática, uma plataforma de si mesma. Para manter seu funcionamento, ela passa a veicular anúncios involuntários em sua fala. A dor não é mais um sinto...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva