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O narcisismo do botão deletar

O narcisismo do botão deletar [Link original:   https://share.google/vBPIgruDfrVBeiNm7 ] Se tudo pode ser deletado com um clique, o que ainda merece ser vivido? Vivemos um presente onde os laços são frágeis como senhas esquecidas. A promessa da Regulação Europeia da IA — tratada como avanço civilizatório — talvez seja apenas mais uma performance de controle travestida de ética. A União Europeia começa a aplicar as novas regras do AI Act com pompa de salvadores iluministas, mas o que se vende como “transparência” pode ser só mais um teatro moral diante do abismo técnico que ninguém mais compreende. Não por acaso, a mesma UE que regulamenta a IA é cúmplice silenciosa de um capitalismo de vigilância que Shoshana Zuboff já havia denunciado: uma economia onde o dado é mais valioso que o desejo. Estamos diante de um paradoxo grotesco — fingimos que controlamos o algoritmo enquanto o algoritmo aprende a nos deletar melhor. A moral da governança digital é a mesma do mercado: ev...

A inteligência que desliga o humano

A inteligência que desliga o humano 🔗 Fonte original: Fast Company Brasil – Nicolelis critica hype da IA #maispertodaignorancia Você confiaria sua angústia a um algoritmo? Ou melhor: quem ganha com a ideia de que o sofrimento pode ser deletado com uma linha de código? O entusiasmo com a inteligência artificial, tão frenético quanto dogmático, revela menos um avanço da razão e mais um pânico da finitude. O que Miguel Nicolelis denuncia não é a IA em si, mas o projeto psíquico por trás dela: apagar a fragilidade, higienizar o erro, automatizar a dúvida. 1. Um fetiche chamado algoritmo Nicolelis, neurologista e herege honorário do tecnocapitalismo, rompe com o otimismo pasteurizado das startups. Enquanto CEOs prometem cérebros em nuvem, ele insiste na intransferível densidade do corpo, na inteligência encarnada, no pensamento como sintoma — e não como sistema. Em tempos de adoração algorítmica, esse gesto é revolucionário: ele lembra que só pensa quem sente. A cultura do Vale...