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A mostrar mensagens com a etiqueta redes sociais

Proibir ou punir? Quando a proteção veste a toga do controle

Proibir ou punir? Quando a proteção veste a toga do controle Fonte da Informação Austrália quer banir menores de 16 anos das redes sociais, mas decisão pode revelar mais sobre os adultos do que sobre os jovens. O medo é deles — ou nosso? O governo australiano propôs, nesta semana, o banimento de adolescentes com menos de 16 anos de plataformas como TikTok, Instagram e YouTube. A justificativa: proteger a saúde mental infantojuvenil. Mas será que o silêncio imposto é mesmo cuidado — ou apenas mais um recalque disfarçado de zelo público? 🔹 O fetiche da segurança digital A proposta surge em meio ao aumento de diagnósticos de ansiedade e depressão entre jovens. Porém, como lembra Zygmunt Bauman, em *O mal-estar da pós-modernidade*, a sociedade contemporânea busca segurança não para enfrentar o risco, mas para evitá-lo a qualquer custo. A liberdade é vigiada, higienizada, proibida de falhar — sob pena de ser culpabilizada por sofrer. 🔹 Recalque legislativo, ang...

O AMOR EM TEMPOS DE ALGORITMO: QUANDO A CARÊNCIA VIROU CLICÁVEL

O AMOR EM TEMPOS DE ALGORITMO: QUANDO A CARÊNCIA VIROU CLICÁVEL Fonte Ou escute em nosso podcast Subtítulo: Este ensaio denuncia o tráfico humano mediado por Big Techs, onde a promessa de um amor vira cativeiro, e a tecnologia, ferramenta de abuso industrializado. Do “golpe do amor” ao “abate de porcos”, o afeto virou isca — e o desespero, moeda. “Golpe do Amor”: a nova face do tráfico humano algorítmico A reportagem da MIT Technology Review Brasil expõe o funcionamento brutal de uma engrenagem digital que não só explora afetos, mas também sequestra corpos. Com base na história de “Gavesh”, vítima do esquema conhecido como sha zhu pan (“abate de porcos”), vemos como a lógica do afeto foi transformada em logística de golpe. A isca? Um anúncio de emprego. O cativeiro? Um complexo na fronteira entre Tailândia e Mianmar. A ponte entre ambos? O algoritmo. Do post ao portão com arame farpado Gavesh viu um anúncio no Facebook com promessa de estabilidade financeira. Em ve...

O sujeito não está mais aqui: correção, conexão e consolo em tempos de IA

O sujeito não está mais aqui: correção, conexão e consolo em tempos de IA Resumo: O presente artigo explora, em primeira pessoa, o sumiço do sujeito no contexto contemporâneo dominado por inteligências artificiais e performances digitais. Parte-se de três notícias recentes que, a pretexto de avanços tecnológicos, denunciam a substituição da escuta pela correção, da relação pela interface e do sofrimento pela performance. Entre links, falas de especialistas e uma boa dose de ironia ácida, sugere-se que o sujeito não desapareceu: ele foi deletado, suavemente, com emoji de aprovação.   Se você procurar bem, talvez encontre o sujeito entre os termos de uso. Não na escola, onde a correção da redação já pode ser feita por um robô que distribui notas altas a textos vazios. Também não na terapia, onde outro robô, gentil e acolhedor, oferece escuta sem escuta, fala sem escuta e ausência sem falta. Muito menos nas redes, onde somos todos conectados, mas estranhamente s...