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QUANDO EDUCAR ADOECE: AUTÓPSIA BIOPSICOSSOCIAL DO OFÍCIO IMPOSSÍVEL NA SOCIEDADE DO DESEMPENHO

Resumo-provocação Assumo logo: estou prestes a fracassar – e é exatamente por isso que me lanço a este ensaio. Freud avisou que educar é um ofício impossível; hoje, a estatística de 122 % de aumento nos afastamentos por transtornos mentais em Limeira apenas coloca números naquilo que já era sintoma – a educação brasileira virou um epicentro clínico do mal-estar civilizatório. A seguir, opero um exame biopsicossocial : da biologia do burnout ao psiquismo esmagado pela sociedade do desempenho, passando pela materialidade salarial que desacredita o saber. Entre gráficos de ignorância funcional e dashboards de habilidades digitais, mostro como o adoecimento docente não é desvio local, mas eixo estrutural de um sistema que converte desejo em demanda e liquida o próprio futuro. 1 | Introdução: entre a lousa e o laudo Quando Freud listou “educar, governar e psicanalisar” como as três profissões impossíveis, ele apontou para o fracasso como componente intrínseco do ato pedagóg...

Rumo Certo ou Mapa sem Legenda? O paradoxo entre o boom de diplomas e o abismo do analfabetismo funcional no Brasil

Fonte Rumo Certo ou Mapa sem Legenda? O paradoxo entre o boom de diplomas e o abismo do analfabetismo funcional no Brasil Autor José Antônio Lucindo da Silva  #maispertoignorancia 15/062025 Em números absolutos, o Brasil comemora o “recorde” de 20,5 % de adultos diplomados e a queda do analfabetismo pleno a 5,3 % em 2024; mas, quando a lupa recai sobre letramento funcional, habilidades digitais e demanda do mercado, descobre-se que o copo alardeado como “meio cheio” tem vazamentos por todos os lados. Mais de um terço da população adulta ainda patina em tarefas básicas de leitura, quatro em cada dez internautas escolarizados tropeçam no mundo on-line e o país carrega um déficit de meio milhão de profissionais de TI. Em suma: há, sim, avanço quantitativo, mas a qualidade da alfabetização – analógica ou digital – permanece um ponto cego que os discursos otimistas preferem ignorar. INTRODUÇÃO Quando a presidenta do PT, Gleisi Hoffmann, proclama que “estamos no rumo certo” p...

Educação

Fonte A taxa de brasileiros com curso superior completo acaba de cruzar a linha simbólica dos 20 %. Segundo a PNAD Contínua-Educação 2024, divulgada ontem pelo IBGE, 20,5 % dos moradores de 25 anos ou mais já concluíram a graduação, contra 19,7 % em 2023. Nas planilhas governamentais isso parece progresso; no espelho social, porém, revela mais o abismo do que a ponte: o diploma sobe, a qualidade escorrega, e o velho sonho meritocrático balança como um apartamento na planta que nunca fica pronto. 1. O que dizem os números oficiais Série histórica – O salto de 15,4 % (2016) para 20,5 % (2024) é o maior avanço registrado desde que o indicador passou a ser medido oito anos atrás. Comparativo anual – A alta de 0,8 p.p. em doze meses representa cerca de 1,3 milhão de novos diplomados. Base populacional – 56 % dos adultos já concluíram pelo menos o ensino médio, também recorde da série. 1.1 Desigualdades cruas Recorte Percentual de formados Fonte Brancos 29 %  Pretos + Pardos ...