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O delírio do código aberto: quem pensa quando a máquina finge?

O delírio do código aberto: quem pensa quando a máquina finge? Fonte original: https://oglobo.globo.com/economia/tecnologia/noticia/2025/08/05/openai-lanca-modelos-abertos-de-inteligencia-artificial-capazes-de-realizar-raciocinio-complexo.ghtml #maispertodaignorancia Texto crítico: A OpenAI acaba de abrir o cofre. Modelos “abertos” de inteligência artificial agora são capazes — diz o marketing — de realizar raciocínio complexo. A promessa não é nova: maquinar a razão como se ela pudesse ser exportada, empacotada e entregue em API. O inédito é o cinismo com que se simula transparência para o que continua sendo, estruturalmente, uma caixa-preta — só que agora open source. De onde vem essa ânsia por “raciocinar” maquinalmente? Seria ingenuidade supor que ela nasce do desejo humano de compreender mais. Ao contrário, como nos alerta Bauman em Em busca da política, vivemos a liquefação das decisões e a externalização das escolhas. A máquina não pensa por nós. Ela pensa em lugar d...

ENTRE O ALGORITMO E A ANGÚSTIA: ENSAIO PSICOSSOCIAL SOBRE A ELABORAÇÃO IMPOSSÍVEL NA ERA DA REPETIÇÃO DIGITAL

ENTRE O ALGORITMO E A ANGÚSTIA: ENSAIO PSICOSSOCIAL SOBRE A ELABORAÇÃO IMPOSSÍVEL NA ERA DA REPETIÇÃO DIGITAL RESUMO: Este artigo propõe uma leitura psicossocial e crítica do sujeito contemporâneo a partir de sua imersão na discursividade mediada por algoritmos. Com base na teoria freudiana — especialmente a tríade repetir, recordar e elaborar — investiga-se como o ambiente digital, estruturado pela lógica da repetição performática e pela economia da atenção, impede a elaboração subjetiva. O texto articula autores como Freud, Fédida, Byung-Chul Han, Cioran, Zuboff e Pondé, argumentando que a constante exposição do eu em redes mediáticas cria uma estética do ressentimento que bloqueia a elaboração psíquica. Ao analisar o funcionamento algorítmico como estrutura de poder e repetição simbólica, discute-se como o sujeito passa a repetir sem recordar e recordar sem elaborar, produzindo laços frágeis, depressividades performáticas e um mal-estar que não encontra elaboração, m...

Desaprendendo a Escrever: quando a caligrafia morre, o pensamento pede socorro

Desaprendendo a Escrever: quando a caligrafia morre, o pensamento pede socorro Por José Antônio Lucindo da Silva – #maispertodaignorancis Data: 21 de junho de 2025 Num mundo onde tudo precisa ser instantâneo — da comida ao afeto —, surpreende alguém ainda se importar com algo tão jurássico quanto a escrita cursiva. E, no entanto, é justamente isso que está morrendo diante dos nossos olhos pixelados: a capacidade de elaborar uma ideia... com as próprias mãos. Segundo matéria publicada pela Gazeta de São Paulo, cerca de 40% dos jovens já não dominam mais a escrita manual. Aquela mesma que exige tempo, coordenação, esforço e uma pitada de paciência — virtudes em extinção. E aqui não falamos só de estética ou nostalgia: falamos da morte simbólica de um tipo de pensamento que precisa passar pelo corpo antes de virar discurso. Mas o que isso tem a ver com o discurso interpessoal? Tudo. Sem o treino de elaborar frases completas no papel, como sustentar conversas densas no mundo real? Como ord...