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A Dor Que Resta — Quando o Corpo Diz o que o Discurso Cala

A Dor Que Resta — Quando o Corpo Diz o que o Discurso Cala Escrevo este texto não com o desejo de trazer respostas, mas talvez com a necessidade de sustentar aquilo que tem sido esquecido — o vivido. E não falo aqui de nostalgia. Nostalgia é marketing emocional, não existência. Falo do vivido mesmo: aquele que dói, que arranha, que cansa, que constrange. Aquele que, ironicamente, parece só ganhar legitimidade quando o corpo adoece. Temos nos tornado especialistas em elaborar discursos. O sujeito contemporâneo fala de si com uma fluidez admirável, mas sem jamais tocar o que é. Vivemos em um tempo onde a subjetividade foi terceirizada ao algoritmo e a dor, se não for convertida em conteúdo, perde o direito de existir. A performance venceu. O eu virou vitrine. Nesse cenário, a doença física parece, paradoxalmente, ser o último gesto autêntico de um corpo que grita: "Estou aqui!" Não porque o corpo queira adoecer — que fique claro — mas porque talvez só a dor física s...