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Psicologia reversa: o fetiche da manipulação emocional

Psicologia reversa: o fetiche da manipulação emocional Fonte original: https://share.google/2Tgvm9r7AU6Hkp7uB #maispertodaignorancia “Sei que você vai dizer que não, por isso estou pedindo que diga sim.” Eis o truque barato da chamada psicologia reversa. O artigo do Correio Braziliense tenta didatizar o método, como se estivéssemos discutindo um software relacional, e não o lugar onde o poder escorre por debaixo das relações afetivas. Apresentada como “técnica útil”, a manipulação emocional é embrulhada em papel de presente científico. Mas o que não está sendo dito nessa matéria? Não é à toa que esse tipo de linguagem seduz o sujeito cansado — não de amar, mas de tentar controlar o outro sob o pretexto de entender suas emoções. A psicologia reversa é o que resta quando a comunicação vira tática, o afeto vira mercado e o vínculo vira disputa. Zygmunt Bauman nos lembra, em Amor Líquido, que a fragilidade dos laços contemporâneos está menos na ausência de sentimentos e mais na...

Criança Plugada, Adulto Desligado

Criança Plugada, Adulto Desligado Fonte original: https://www1.folha.uol.com.br/equilibrioesaude/2025/08/4-em-cada-10-dizem-que-criancas-tem-muito-tempo-de-tela.shtml #maispertodaignorancia Quatro em cada dez brasileiros acham que crianças estão tempo demais em frente às telas. O restante, ao que tudo indica, está ocupado demais... em frente às suas próprias. A matéria da Folha sugere uma preocupação parental crescente com a "exposição excessiva" das crianças a celulares, tablets e afins. Mas o que não se diz? Talvez o mais óbvio: o problema não está na tela da criança, mas na cegueira do adulto. Como apontou Bauman em 44 Cartas do Mundo Líquido Moderno, os pais perderam o monopólio simbólico sobre a autoridade — foram substituídos por algoritmos de entretenimento e apps de babysitting emocional. A crise não é da infância: é da adultez colapsada que terceiriza o afeto, a escuta e o tédio. A “preocupação” com o tempo de tela revela mais sobre o desconforto adulto c...

Diagnóstico ou Sentença? A Inteligência Artificial no espelho da memória que esquecemos de viver

Diagnóstico ou Sentença? A Inteligência Artificial no espelho da memória que esquecemos de viver (https://www.msn.com/pt-br/saude/medicina/ia-pode-identificar-pacientes-com-risco-de-alzheimer-e-ajudar-a-determinar-tratamento-precoce-diz-estudo/ar-AA1IPdaM) A matéria anuncia com entusiasmo o uso da Inteligência Artificial para identificar precocemente o risco de Alzheimer, sugerindo que o futuro da medicina reside na prevenção algorítmica. Mas o que estamos de fato prevenindo? A doença ou o próprio tempo? #MaisPertodaIgnorancia Vivemos em uma era em que a memória — antes humana, carregada de afetos, dores, lapsos e narrativas — torna-se um dado a ser lido por máquinas. A IA não apenas mede os esquecimentos, mas os antecipa. Não haverá mais espaço para esquecer-se aos poucos de quem se é. Agora, antes mesmo de nos perdermos de nós, um sistema nos encontrará e nos etiquetará: “em risco”. O risco deixa de ser uma possibilidade incerta e passa a ser mais uma mercadoria...