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A mostrar mensagens com a etiqueta diagnóstico

Do título comprado à angústia vendida: genealogia da falta como mercadoria

Do título comprado à angústia vendida: genealogia da falta como mercadoria 🎧👉 Podcast Mais perto da Ignorância 👉📺👉 Assista em nosso canal O que a burguesia fez com os títulos de nobreza, o capitalismo contemporâneo faz com a subjetividade. Eis a linha histórica que raramente aparece nas análises rápidas sobre “mercantilização da filosofia”: o que se negocia não é apenas cultura, mas a própria falta. Na origem, a burguesia não tinha sangue azul, mas tinha dinheiro. Como não podia inventar linhagem, comprava títulos. Era o modo de transformar ausência em valor social, de converter déficit em legitimidade. Esse gesto fundante não morreu; ele se atualiza. Hoje, não compramos baronatos, mas compramos identidades: cursos de “propósito de vida”, diagnósticos que nos nomeiam, certificados digitais de sabedoria. O mecanismo é idêntico: a falta é transformada em mercadoria. Freud talvez sorrisse com cinismo ao reconhecer a operação. Em O mal-estar na civilização, mostrou que a a...

Um anônimo disse!

Narrativas Invisíveis do Colapso: Uma leitura psicobiossocial da performatividade emocional contemporânea Resumo: Este artigo propõe uma análise psicobiossocial crítica das construções narrativas associadas à patologização contemporânea do sofrimento, com base em uma entrevista concedida por um sujeito anônimo em mídia nacional. Sem identificar nomes próprios, buscamos tensionar o apagamento das dimensões biológicas, sociais e simbólicas que estruturam o adoecimento psíquico. Fundamentado nas obras de Freud, Kierkegaard, Bauman, Byung-Chul Han, Zuboff e documentos clínicos como o DSM-V e CID-11, o texto explora o paradoxo entre a vivência do colapso e sua estetização performática no discurso médico-midiático. Evidencia-se a carência de um modelo integrativo que contemple os dados clínicos e sociais em sua radical complexidade, sem reducionismos diagnósticos. Conclui-se com a necessidade de reinscrever o sofrimento para além da lógica classificatória, considerando o sujeito ...

Transtornos femininos ou sintomas de uma sociedade adoecida?

Transtornos femininos ou sintomas de uma sociedade adoecida? (https://www.metropoles.com/saude/saude-mental-feminina-5-transtornos) Vivemos tempos em que a saúde mental feminina parece ser recortada em categorias de transtornos como se fossem mercadorias diagnósticas expostas numa vitrine clínica. No artigo do Metrópoles, lemos sobre ansiedade, depressão, burnout, transtornos alimentares e bipolaridade — todos apresentados como condições recorrentes entre mulheres, especialmente em contextos de acúmulo de papéis. Mas será que estamos falando de transtornos propriamente ditos, ou sintomas de um sistema que patologiza os efeitos de sua própria opressão? A chamada saúde mental feminina talvez revele mais da saúde do sistema do que da mulher. Como já sugeria a crítica feminista da psiquiatria, desde o século passado, há uma tendência de medicalizar respostas legítimas ao sofrimento, sobretudo quando vêm do feminino. A “mulher ansiosa” pode ser apenas a mulher que carre...

TDAH: o novo vilão da performance ou mais um diagnóstico para calar a angústia?

TDAH: o novo vilão da performance ou mais um diagnóstico para calar a angústia? Fonte Citada TDAH: o novo vilão da performance ou mais um diagnóstico para calar a angústia? Resumo O presente artigo discute criticamente a midiatização do TDAH (Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade) à luz do discurso psicossocial contemporâneo. Partindo da análise do material publicado pelo Estado de Minas (2025), reflete-se sobre como a retórica “gentil” de desconstrução de mitos pode ocultar a captura do sofrimento psíquico por uma lógica performática. Referenciais teóricos como Freud, Fédida, Bauman, Han, Green e Cioran sustentam a crítica à normatização diagnóstica e à funcionalidade subjetiva exigida no neoliberalismo de si. O texto se inscreve na proposta do projeto Mais Perto da Ignorância, buscando reencenar a dúvida como virtude e o desespero como condição epistêmica. Palavras-chave: TDAH; subjetividade; performance; diagnóstico; discurso. --- A ilusão do esclarecimento: ...