O texto é construído em primeira pessoa, com o objetivo de sustentar a experiência singular como forma legítima de discurso. Palavras-chave: felicidade, pensamento crítico, desespero, normatividade, discurso midiático, subjetividade INTRODUÇÃO Pensar demais nunca foi uma qualidade apreciada em tempos de algoritmos. Não que o pensamento tenha deixado de existir — ele apenas passou a ser menos útil, menos rentável, menos performático. Quando comecei a observar as frases que circulam como pequenos afagos digitais do fim de semana — “espero que você encontre tempo para ser feliz” — percebi que havia ali algo mais do que gentileza. Havia um comando disfarçado. Um imperativo moral. Uma forma elegante de dizer: seja funcional, mesmo na sua folga. Foi daí que nasceu este texto. Não para curar nada. Não para organizar. Mas para expor as vísceras de uma normalização afetiva disfarçada de cuidado. 1. A FELICIDADE COMO IMPERATIVO MEDIÁTICO A felicidade virou projeto de vida. Quem não performa posi...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva