Quando o Pêndulo Parar: Ou Como a Felicidade se Tornou um Produto Defeituoso Tem dias em que me pergunto se o problema da humanidade é o sofrimento... ou a proibição de sofrer. Sofrer virou uma espécie de crime existencial, um erro de cálculo emocional, uma falha de sistema na grande engrenagem da positividade. Não é que não possamos mais sofrer — é que agora precisamos pedir desculpas por isso. Afinal, a felicidade virou uma obrigação civilizatória. Um aplicativo que, se não estiver rodando em segundo plano, significa que há algo de errado comigo. Acontece que, como já disse aquele velho pessimista chamado Schopenhauer, a vida nada mais é do que um pêndulo que oscila entre o tédio e o desejo (SCHOPENHAUER, 2005). E nesse vai-e-vem incansável, esquecemos de perguntar: "Pra quê tudo isso?". Freud, com sua costumeira ironia, já tinha nos avisado que o projeto da felicidade não fazia parte do contrato original da criação (FREUD, 1996). Deus, ou o acaso — escolha sua ...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva