Homens calados engolem crianças: o silêncio viril que esconde a violência Vivemos num tempo em que “ser homem” ainda significa, para boa parte da sociedade, suprimir emoções, reforçar dominação e ostentar invulnerabilidade — mesmo quando o custo insuportável é o silêncio cúmplice diante da violência. Diante disso, o propósito deste ensaio crítico, com acidez e sem qualquer esperança redentora, é submeter à análise crua a frase lapidar que originou esta reflexão: “Estigmas de masculinidade contribuem para invisibilidade de casos que envolvem crianças” (Folha de S. Paulo, Post nas redes, sem data, mas antes da publicação do influencer) — que, aqui, é revisitado como prisma de um sistema simbólico que anula vítimas. Vejamos: estigmas de masculinidade — o termo soa pomposo, mas significa, em termos práticos, que se espera dos homens que não mostrem ferida, fraqueza, fragilidade. Esse estereótipo — bem descrito pela noção de hegemonic masculinity — impõe um modelo de virilidade ...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva