INTERROGAR O INVISÍVEL: quando a pergunta vira peça de museu algorítmico Autor José Antônio Lucindo da Silva #maispertodaignorancia 18/06/2025 Diante de 5,9 milhões de buscas por minuto no Google — cada uma delas pretendendo “saber” algo que na maioria das vezes nem receberá clique — perguntar deixou de ser gesto epistemológico para virar efeito especial do feed . Eu, que ainda deposito minhas hesitações na velharia chamada “tensão psíquica”, insisto: perguntar dói, demora e, sobretudo, não rende KPI. Eis o problema que este artigo ironicamente trava: como sustentar a pergunta como trabalho material de si quando a indústria da resposta pré-paga já registra, monetiza e empacota até o meu suspiro? 1 · Introdução De Sócrates restou o meme do “só sei que nada sei”; de nós, restou a pressa de saber antes mesmo de sentir a dúvida. A Folha, ao afirmar que perguntar é um ato de resistência em tempos de IA , escancara o paradoxo: transformamos a própria pergunta em expressão de...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva