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Do Alô ao Adeus: breves anotações sobre um aparelho que virou túmulo

Do Alô ao Adeus: breves anotações sobre um aparelho que virou túmulo "Ninguém deveria morrer por um objeto inanimado — ainda mais um que foi criado apenas para fazer ligações." 1. Prólogo: o som do primeiro ‘alô’ O celular nasceu tímido. Um intermediador entre vozes distantes, uma solução para encontros impossíveis. Era um fio invisível que encurtava o espaço, mas não o tempo. Para usá-lo, era preciso *ligar* — verbo já em desuso. Sua função era direta, objetiva, sem mistério. Mas isso foi antes do 'eu'. 2. Mutação: do aparelho à persona Com o tempo, o celular abandonou sua modéstia. Ganhou câmeras, redes, memórias, curtidas. Deixou de ser um meio e passou a ser o espelho portátil do sujeito contemporâneo. Não se liga mais para ouvir, apenas para se ver sendo visto. A câmera frontal substituiu o ouvido. O celular se tornou um altar portátil do ego — e onde há altar, há sacrifício. 3. O ‘eu’ dentro do bolso Hoje o celular é identidade, banco de dados afetiv...