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O Outro Que Não Morre: Luto, Algoritmo e a Ilusão de Alteridade

O Outro Que Não Morre: Luto, Algoritmo e a Ilusão de Alteridade O luto, como Freud descreveu, não é um transtorno e muito menos uma disfunção que a farmacologia possa “curar”. É um processo material, enraizado na perda real de um objeto humano — um outro que, assim como eu, carrega a mesma condição de finitude. Não existe positividade possível frente à materialidade que o luto impõe. Cada sujeito carrega sua própria forma e tempo de elaboração, e qualquer tentativa de enquadrá-lo em fórmulas de superação ou programas de bem-estar é, na essência, uma recusa daquilo que nos constitui como espécie. No pós-pandemia, o tempo, o espaço e o ambiente se comprimiram dentro de casas transformadas em centros de trabalho, lazer e isolamento. A rede tornou-se o palco quase único de circulação de afetos, de desabafos e de trocas simbióticas. Ali, perdas e ganhos eram expostos com naturalidade, tensos e frágeis, ainda atravessados por um mínimo de alteridade humana. Mas, reelaborada em um...