O dia em que o cérebro pediu demissão: Fonte da Opinião O dia em que o cérebro pediu demissão — crônica jornalística sob a luz (baixíssima) do Projeto Mais Perto da Ignorância Lead – Se a dopamina escorre como spam pela timeline e Bauman já avisou que fabricamos identidades para vender remédio antes mesmo de inventar a doença, talvez o único neurônio realmente exausto seja aquele que insiste em não clicar no próximo Reels. 1 | A fadiga do atalho Nos disseram que o cérebro cansado é defeito de fábrica: prefere o menor esforço, recompensa instantânea, zero atrito. Nada mais velho – Aristóteles chamava de akrasia, Kahneman de Sistema 1, os algoritmos de “tempo médio de engajamento”. A novidade é a moldura: uma máquina publicitária que transforma essa preguiça em nicho de mercado. Se penso pouco, compro mais rápido; se compro, confirmo quem sou. Produtor de identidades, diria Bauman (2011), não de sentido. 1.1 Preguiça patrocinada Plataformas remuneram o desliz...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva