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ENTRE O CHATGPT E O BOLETO: UM RETRATO IRÔNICO DO ANALFABETISMO FUNCIONAL E DIGITAL NO BRASIL HIPER-ALGORITMIZADO

Fonte ENTRE O CHATGPT E O BOLETO: UM RETRATO IRÔNICO DO ANALFABETISMO FUNCIONAL E DIGITAL NO BRASIL HIPER-ALGORITMIZADO José Antônio Lucindo da Silva – #maispertoignorancia Resumo Embora 53 % dos trabalhadores brasileiros já acionem agentes de IA no expediente, quase um terço mal domina operações básicas de cópia-e-cola e 29 % permanece no limbo do analfabetismo funcional. O presente artigo examina, em chave irônica e crítico-reflexiva, o descompasso entre a retórica da “Nação 4.0” e a realidade de uma força de trabalho que terceiriza ao algoritmo aquilo que não aprendeu a fazer com lápis e papel. A partir de dados recentes de INAF, IBGE, Anatel, CETIC.br e Michael Page, articula-se um diagnóstico psico-sócio-tecnológico que expõe a conversão do sujeito em operador de prompt e questiona o fetiche nacional pela inovação sem alfabetização. Palavras-chave: alfabetismo funcional; habilidades digitais; inteligência artificial; Brasil; crítica cultural. 1 | Introdução O Brasil ce...

Automatize tudo, inclusive o seu próprio espanto. Depois me diga se sobrou sujeito para gozar desse milagre

No marketing das buzzwords, a “transformação digital” já soa como música de elevador; o hit do momento é o mantra AI-first. Empresas mundo afora começam a projetar produtos, processos e até culturas tendo a IA como engrenagem central — e não mais como plug-in tardio. A promessa: ganhos exponenciais de produtividade. A realidade brasileira: infraestrutura frágil, déficit de meio milhão de profissionais de TI e uma elite corporativa que ainda confunde chatbot com estratégia. Entre o hype e a precariedade, a mensagem é clara: ou se coloca inteligência no centro ou ficamos no anexo “em desenvolvimento” das estatísticas globais. 1. Da transformação digital ao dogma AI-first A virada conceitual já aparece em relatórios de mercado e na imprensa internacional. Brian Solis, na Forbes, destaca que o discurso de “digitalização” foi engolido por uma exigência de business transformation guiada por IA. A * CIO* resume a transição como troca de uma “transformação linear” por uma “transfor...

IA, espelho da demanda: o erro, o acerto e o simulacro

IA, espelho da demanda: o erro, o acerto e o simulacro ( Link da matéria original: https://exame.com/carreira/nao-gostei-da-resposta-o-que-fazer-quando-o-chatgpt-erra-ou-entrega-pouco/) por José Antônio Lucindo da Silva – #maispertoignorancia A inteligência artificial não é uma entidade autônoma, genial, visionária. Ela é apenas um espelho discursivo polido com estatísticas. E o mais irônico? Estamos apaixonados pela nossa própria imagem refletida nesse espelho sintático. Não é que desejamos a IA.  Nós demandamos por ela. E essa diferença é brutal. O desejo, como Freud nos ensinou, é falta, tensão, elaboração. A demanda é imediata, ansiosa, performática. A IA não responde ao desejo — ela o sufoca com dados, modelos e predições que parecem saber mais sobre nós do que nós mesmos. Mas que, na verdade, só repetem o que já dissemos, com um verniz técnico que mascara o vazio de sentido. O artigo da revista Exame (“Não gostei da resposta: o que fazer quando o ChatGPT erra ou e...

INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OU APOSTAS NUM TABULEIRO DE IGNORÂNCIA:quando a fé tecnológica dispensa a destreza digital

Fonte da Opinião INTELIGÊNCIA ARTIFICIAL OU APOSTAS NUM TABULEIRO DE IGNORÂNCIA: quando a fé tecnológica dispensa a destreza digital José Antônio Lucindo da Silva¹ ¹ Psicólogo – CRP 06/172551 | Blog Mais Perto da Ignorância Resumo A adoção apressada de soluções de Inteligência Artificial (IA) nas empresas tem gerado um paradoxo: quanto maior o investimento em sistemas sofisticados, maior o desperdício de recursos humanos por falta de destreza digital . Partindo do artigo de Machado (2025) publicado na Exame – que revela a improdutividade das organizações que ignoram o treinamento de suas equipes – discuto, em primeira pessoa, como a tecnologia pode se tornar um anestésico do pensamento crítico. Apoio-me em Han, Bauman e Zuboff para mostrar que a IA, quando divorciada de reflexão, apenas amplifica velhos vícios: hierarquias pouco participativas, dashboards performáticos e um culto ao dado que dispensa o “dizer-sim” da dúvida. Concluo que destreza digital não é habilid...