Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta dopamina

Infância em curto-circuito: quando a educação vira dopamina sob demanda

Infância em curto-circuito: quando a educação vira dopamina sob demanda LINK ORIGINAL: https://www.infomoney.com.br/saude/ia-generativa-sera-devastadora-para-a-educacao-das-criancas-diz-ted-chiang/#webview=1 #maispertodaignorancia Ted Chiang não fala como tecnófobo, mas como alguém que percebeu o que se perdeu no brilho do “atalho cognitivo”: a dificuldade. Em seu alerta, a IA generativa não é só uma ferramenta, mas a encarnação de uma ilusão — a de que o aprendizado pode ser reduzido a estímulo rápido, barato e indolor. A crítica de Chiang soa incômoda porque toca na ferida de um tempo que confunde dopamina com conhecimento. A Dra. Anna Lembke já descreveu em Nação Dopamina que vivemos em uma economia límbica, onde tudo é calibrado para estimular prazer imediato. Se o smartphone é a seringa digital que fornece microdoses constantes de estímulo, a IA generativa é a droga premium: oferece respostas prontas, elimina a fricção e suprime a experiência fu...

Nação dopamina e seus silêncios: uma crítica psico-bio-social e tecnológica ao discurso reducionista do vício digital

Nação dopamina e seus silêncios: uma crítica psico-bio-social e tecnológica ao discurso reducionista do vício digital 📺 👉 Texto Introdutório Resumo Este artigo propõe uma análise crítica da obra Nação Dopamina de Anna Lembke, frequentemente utilizada como referência explicativa para o vício nas redes sociais. O texto examina os limites do diagnóstico neuroquímico ao contrastá-lo com perspectivas de Freud, Marx, Byung-Chul Han, Cathy O’Neil, Jonathan Haidt, Jean Twenge e Christopher Lasch. A reflexão tensiona o discurso midiático que se apoia exclusivamente na dopamina como explicação do mal-estar contemporâneo, questionando de forma irônica — à maneira de Emil Cioran — se não estaríamos transformando uma molécula em desculpa universal. O artigo articula aspectos psico-bio-sociais e tecnológicos, ressaltando que o vício digital é inseparável de estruturas históricas, políticas e econômicas. 🎧👉 Podcast Anna Lembke inicia Nação Dopamina descrevendo que “a balança entre dor...

O vício em tecnologia: uma intersecção entre civilização, cognição e vigilância

O vício em tecnologia: uma intersecção entre civilização, cognição e vigilância Link original de referência: https://www.correiobraziliense.com.br/cbradar/o-que-o-vicio-no-celular-faz-com-o-seu-cerebro/ Resumo Este artigo analisa criticamente o fenômeno do vício em tecnologia — especialmente smartphones — através de uma perspectiva psicossocial e tecnológica. Utiliza-se embasamento nas obras de Freud, Bauman, Diehl et al. e Zuboff, além de estudos acadêmicos e reportagens científicas, para compreender como o uso excessivo desses dispositivos impacta a saúde mental, o desempenho acadêmico e a autonomia individual, destacando a conduta deliberada do capitalismo de vigilância. Introdução A dependência de smartphones e redes sociais é hoje um problema multifacetado: clínico, social, cultural e econômico. Freud discutiu o mal-estar civilizatório (renúncia como preço da ordem); Bauman descreve a liberdade líquida mascarada; Diehl e colaboradores analisaram a dependênc...

Solidão: a epidemia silenciosa no mundo que insiste em não ser ouvida

Solidão: a epidemia silenciosa no mundo que insiste em não ser ouvida (https://www.correiobraziliense.com.br/cidades-df/2025/07/7203611-solidao-mata-100-pessoas-por-hora-no-mundo-alerta-neurologista.html) Em um planeta hiperconectado, onde cada segundo é compartilhado em tempo real, a solidão ainda reina — e mata. A matéria do Correio Braziliense revela um dado alarmante: 100 pessoas morrem por hora em decorrência da solidão, segundo alerta do neurologista Fabiano de Abreu. Um dado que deveria nos fazer parar. Mas não paramos. A pressa pelo sucesso, a estetização do bem-estar e a substituição das relações por telas pavimentam o caminho de uma nova epidemia: a ausência do outro real. Na lógica discursiva digital, o laço afetivo foi resumido a um emoji, e a dor, anestesiada com performances. Paradoxalmente, nunca estivemos tão cercados — e tão isolados. O “eu” tornou-se soberano, mas esse soberano governa um trono vazio. A dopamina de uma notificação substitui o toque...

Narrativas Canceladas e o Eu Performativo: Crítica à Morte da Experiência na Era da Autoexposição

Narrativas Canceladas e o Eu Performativo: Crítica à Morte da Experiência na Era da Autoexposição Resumo O artigo investiga como a erosão da narração, descrita por Byung‑Chul Han, compromete tanto a construção do sujeito quanto a elaboração da experiência, gerando sintomas clínicos como ansiedade digital, nomofobia e depressividade. Dialogando com Walter Benjamin, Sigmund Freud, Zygmunt Bauman, Jean Baudrillard, Fédida e Emil Cioran, argumenta‑se que a narrativa é condição de saúde psíquica e de comunidade simbólica. Sem ela, o “eu” torna‑se performativo, exposto e esvaziado. 1 Introdução A premiação de Byung‑Chul Han com o Prêmio Princesa de Astúrias (2025) sinaliza o alcance popular de uma filosofia que denuncia o esgotamento narrativo na cultura digital.(cadenaser.com)  No ensaio A Crise da Narração, Han afirma que a informação instantânea substituiu a partilha de sentido que caracterizava o contador de histórias.(almedina.ams3.cdn.digitaloceanspaces.com)  A pre...

Scroll, logo padeço: anatomia da onipotência de bolso

Scroll, logo padeço: anatomia da onipotência de bolso Sentiu o feed ficar pesado? Aperta o fone e mergulha na autópsia da dopamina de bolso: ansiedade campeã, likes quebradiços, o “eu soberano” live do banheiro e zero autoajuda. ▶️ Ouça agora no Spotify: Quase todo brasileiro que conheço — eu inclusive — já acorda com o polegar em posição de oração, deslizando a tela como quem busca redenção. São 3 h 42 min por dia entregues às redes, segundo o TIC Domicílios 2024 . Enquanto isso, 18,6 milhões de compatriotas carregam diagnóstico de ansiedade, liderança mundial proclamada pela OMS . Dizem que o dado é científico, mas o sintoma é caseiro: sentado no banheiro-suíte, proclamo onipresença entre azulejos frios. Do atalho pulsional ao feed dopaminérgico Freud avisou que o corpo adora atalhos e que o recalque exige fila. Hoje a timeline aboliu a espera, servindo dopamina em conta-gotas fluorescentes — a cada like, uma micro-dose de anestesia simbólica. Estudos com adolescentes lig...

O que é mais assustador? A IA pensar sozinha ou pensar como se fosse você?

O que é mais assustador? A IA pensar sozinha ou pensar como se fosse você? Vivemos tempos onde a profundidade se tornou uma simulação. Em um cenário de respostas rápidas, discursos refinados e vocabulários adornados por citações filosóficas cuidadosamente encaixadas, surge uma dúvida incômoda, quase herética: Será que sou eu quem está pensando ou apenas usufruindo do prazer de me ver pensado por outro — uma IA? Essa pergunta, à primeira vista, soa paranoica. Mas é exatamente essa suspeita que deve nos mover, porque talvez a alienação do nosso tempo não esteja na ausência de pensamento, mas na sua terceirização elegante. A IA não nos emburrece de forma escancarada; ela nos enche de discursos tão sofisticados que nos convencemos de que fomos nós quem os gestamos. O risco é esse: a própria profundidade virou performance. Um novo mercado de ideias pré-montadas. E aqui, não se trata de criticar o uso da IA como instrumento.  Trata-se de perceber o modo como ela reencena...