Avançar para o conteúdo principal

Mensagens

A mostrar mensagens com a etiqueta sociedade do cansaço

O ruído como sintoma civilizatório: quando o silêncio é privatizado e o barulho se torna norma

O ruído como sintoma civilizatório: quando o silêncio é privatizado e o barulho se torna norma Fonte:  https://www.bbc.com/portuguese/articles/cx276gp5j18o Introdução Vivemos cercados por uma poluição invisível, mas talvez mais corrosiva do que a fumaça das fábricas ou os anúncios luminosos das avenidas digitais: o ruído. Não falo apenas do barulho do trânsito ou do cachorro do vizinho, mas do tremor contínuo de sons menores, quase imperceptíveis, que, somados, constroem uma atmosfera insuportável. A BBC Future trouxe à tona um fenômeno pouco discutido: a sensibilidade ao ruído — uma condição biológica, psíquica e social que atinge até 40% da população, mas que ainda não é reconhecida como diagnóstico formal. Na prática, significa viver em estado de hipervigilância acústica, onde o cérebro não consegue desligar os canais sonoros, transformando o ambiente em um campo minado de incômodos constantes. Este artigo busca tensionar o tema sob três dimensões: biológica, psicoló...

O bromismo não começou na boca

O bromismo não começou na boca Fonte;👇 https://oglobo.globo.com/saude/noticia/2025/08/12/homem-desenvolve-condicao-psiquiatrica-rara-apos-consulta-ao-chatgpt-sobre-parar-de-comer-sal.ghtml Vivemos tempos em que o erro humano é vendido como prova da falibilidade da máquina — ou vice-versa — sem que ninguém se dê ao trabalho de perguntar onde, afinal, começou o enredo. O caso do homem de 60 anos que, confiando em um chatbot, trocou o sal por brometo de sódio até desenvolver uma condição psiquiátrica rara, é apresentado como um acidente isolado. Um descuido. Uma fatalidade. Mas é muito mais que isso: é um retrato fiel de um mundo que já se intoxicou muito antes do primeiro gole do veneno. O bromismo não começou na boca; começou no clique. No ato ritualizado de abrir o navegador, formular uma pergunta e aguardar a resposta como quem espera o veredito de um oráculo moderno. A diferença é que, ao contrário dos oráculos antigos, que ao menos tinham o senso dramático d...

Discursividade econômica e adoecimento social na crise brasileira

Discursividade econômica e adoecimento social na crise brasileira Em tempos de euforia contábil e discursos de "estabilidade", talvez seja hora de perguntar: o que adoece quando a economia melhora? Este ensaio articula dados concretos de informalidade, precarização, ansiedade e burnout com o discurso midiático da autonomia produtiva — revelando um Brasil que finge independência intelectual enquanto convulsiona por dentro. Atravessando Marx, Byung‑Chul Han e Dejours, o texto traça um mapa do sofrimento contemporâneo onde o corpo, o trabalho e a linguagem colapsam juntos. Não há solução no final. Apenas a dúvida bem colocada. 📎 Baixe o artigo completo aqui: https://drive.google.com/file/d/1ZNbRCVeigYD_T-xEf3Pk2BNxI9ZfUOYz/view?usp=drivesdk #maispertodaignorancia ✍️ Nota do autor José Antônio Lucindo da Silva é psicólogo clínico (CRP 06/172551), pesquisador independente e autor do projeto Mais Perto da Ignorância, dedicado a analisar a cultura digital, o trabalho e ...