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A mostrar mensagens com a etiqueta Crise da narrativa

Suicídio Algorítmico: estatística, infância sequestrada e a falência civilizatória

Suicídio Algorítmico: estatística, infância sequestrada e a falência civilizatória O suicídio nunca foi apenas um ato individual. Durkheim já dizia que se trata de um “fato social”, reflexo da fragilidade ou da força dos laços que sustentam a vida. O problema é que, em pleno século XXI, os laços não desapareceram: multiplicaram-se em telas, mas tornaram-se líquidos, descartáveis, descartados antes mesmo de se tornarem vínculos. O que temos não é ausência de conexão, mas excesso de conexões frágeis — e é nesse paradoxo que o sujeito implode. O discurso do Setembro Amarelo parece trazer alívio: estatísticas, campanhas, números organizados. Mas como Freud advertiu em O mal-estar na civilização, cada cultura gera seu próprio sintoma. O que chamamos de “conscientização” talvez seja apenas a captura mercadológica do sofrimento. A depressão virou identidade discursiva; o suicídio, dado performativo. Surge a dúvida incômoda: criamos sintomas para justificar remédios ou criamos remé...

Do Inferno do Igual ao Gatilho Real: Alteridade, Não-Coisas e Narrativas em Ruínas na Violência Juvenil e no Consumo Digital no Brasil de 2025

Do Inferno do Igual ao Gatilho Real: Alteridade, Não-Coisas e Narrativas em Ruínas na Violência Juvenil e no Consumo Digital no Brasil de 2025 Resumo – Este Artigo investiga como três processos — (i) a morte da alteridade, (ii) a transformação do objeto em “não-coisa” e (iii) a crise da narrativa — se entrelaçam e se expressam, no Brasil de 2025, em dois sintomas extremos: a compulsão de consumo digital e a escalada de violências perpetradas por adolescentes.  A partir de obras‐chave de Byung-Chul Han, Julieta Jerusalinsky, Pedro Luiz Ribeiro de Santi e Clóvis de Barros Filho, articulamos análise teórica com oito casos noticiados neste ano (familicídios, ataques e planos de massacre) e com dados nacionais de uso intensivo de telas.  Concluímos que a combinação de hiperconexão, desmaterialização dos vínculos e apagamento do “não” simbólico produz um curto-circuito pulsional: o sujeito ora se entrega ao “clique-compra” infinito, ora descarrega a frustração no corp...