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ENTRE O ALGORITMO E A ANGÚSTIA: ENSAIO PSICOSSOCIAL SOBRE A ELABORAÇÃO IMPOSSÍVEL NA ERA DA REPETIÇÃO DIGITAL

ENTRE O ALGORITMO E A ANGÚSTIA: ENSAIO PSICOSSOCIAL SOBRE A ELABORAÇÃO IMPOSSÍVEL NA ERA DA REPETIÇÃO DIGITAL RESUMO: Este artigo propõe uma leitura psicossocial e crítica do sujeito contemporâneo a partir de sua imersão na discursividade mediada por algoritmos. Com base na teoria freudiana — especialmente a tríade repetir, recordar e elaborar — investiga-se como o ambiente digital, estruturado pela lógica da repetição performática e pela economia da atenção, impede a elaboração subjetiva. O texto articula autores como Freud, Fédida, Byung-Chul Han, Cioran, Zuboff e Pondé, argumentando que a constante exposição do eu em redes mediáticas cria uma estética do ressentimento que bloqueia a elaboração psíquica. Ao analisar o funcionamento algorítmico como estrutura de poder e repetição simbólica, discute-se como o sujeito passa a repetir sem recordar e recordar sem elaborar, produzindo laços frágeis, depressividades performáticas e um mal-estar que não encontra elaboração, m...

Narrativas Canceladas e o Eu Performativo: Crítica à Morte da Experiência na Era da Autoexposição

Narrativas Canceladas e o Eu Performativo: Crítica à Morte da Experiência na Era da Autoexposição Resumo O artigo investiga como a erosão da narração, descrita por Byung‑Chul Han, compromete tanto a construção do sujeito quanto a elaboração da experiência, gerando sintomas clínicos como ansiedade digital, nomofobia e depressividade. Dialogando com Walter Benjamin, Sigmund Freud, Zygmunt Bauman, Jean Baudrillard, Fédida e Emil Cioran, argumenta‑se que a narrativa é condição de saúde psíquica e de comunidade simbólica. Sem ela, o “eu” torna‑se performativo, exposto e esvaziado. 1 Introdução A premiação de Byung‑Chul Han com o Prêmio Princesa de Astúrias (2025) sinaliza o alcance popular de uma filosofia que denuncia o esgotamento narrativo na cultura digital.(cadenaser.com)  No ensaio A Crise da Narração, Han afirma que a informação instantânea substituiu a partilha de sentido que caracterizava o contador de histórias.(almedina.ams3.cdn.digitaloceanspaces.com)  A pre...

Scroll, logo padeço: anatomia da onipotência de bolso

Scroll, logo padeço: anatomia da onipotência de bolso Sentiu o feed ficar pesado? Aperta o fone e mergulha na autópsia da dopamina de bolso: ansiedade campeã, likes quebradiços, o “eu soberano” live do banheiro e zero autoajuda. ▶️ Ouça agora no Spotify: Quase todo brasileiro que conheço — eu inclusive — já acorda com o polegar em posição de oração, deslizando a tela como quem busca redenção. São 3 h 42 min por dia entregues às redes, segundo o TIC Domicílios 2024 . Enquanto isso, 18,6 milhões de compatriotas carregam diagnóstico de ansiedade, liderança mundial proclamada pela OMS . Dizem que o dado é científico, mas o sintoma é caseiro: sentado no banheiro-suíte, proclamo onipresença entre azulejos frios. Do atalho pulsional ao feed dopaminérgico Freud avisou que o corpo adora atalhos e que o recalque exige fila. Hoje a timeline aboliu a espera, servindo dopamina em conta-gotas fluorescentes — a cada like, uma micro-dose de anestesia simbólica. Estudos com adolescentes lig...

ENTRE O FEED E A FINITUDE: VIOLÊNCIA JUVENIL COMO SINTOMA DA MODERNIDADE LÍQUIDA

ENTRE O FEED E A FINITUDE: VIOLÊNCIA JUVENIL COMO SINTOMA DA MODERNIDADE LÍQUIDA Projeto “Mais Perto da Ignorância” – “A apenas mais uma opinião “, sem pretensão de verdade, apenas reflexão INTRODUÇÃO Assumo a primeira pessoa para examinar a brutalidade que, em junho de 2025, levou um adolescente de catorze anos a executar pais e irmão em Itaperuna-RJ e, logo depois, ganhar curtidas, views e hashtags (UOL, 2025a; CNN Brasil, 2025). O caso parece pontual, mas ecoa uma cena recorrente: jovens que transitam num espaço discursivo infinito, projetam ali um “eu” sem limites e devolvem ao mundo material atos extremos quando alguém – geralmente a família ou a escola – lhes recorda o “não” da realidade. Meu objetivo é articular esse fenômeno à luz de Freud, Bauman, Becker, Kübler-Ross e da correspondência Einstein-Freud, compondo uma reflexão psicossocial e antropológica sobre a violência sistêmica no contexto estudantil. REFERENCIAL TEÓRICO ...