A Tragédia do Discurso em Rede: Quando a Mentira Veste Filtro e Pede Like Era uma vez um sujeito. Ou melhor: era uma vez um perfil. O sujeito, esse resquício da modernidade, já não tinha serventia na nova ágora digital. O que importava era a performance. E que performance! Disfarçada de autenticidade, embalada em frases prontas e algoritmos dançantes, nossa discursividade entrou em cena não para comunicar, mas para validar um "eu" que só existe enquanto é visto. Byung-Chul Han já havia anunciado em A Sociedade da Transparência (2017) que o excesso de positividade dissolveria o negativo e, com ele, qualquer profundidade. E dissolveu. A dúvida virou desengajamento. A crítica virou hater. O silêncio virou shadowban. Em nome da visibilidade, tornamo-nos verborrágicos, mas vazios. Como diria Nietzsche (1998), "não há fatos, apenas interpretações" — o problema é que hoje temos apenas reações. Ernest Becker, em sua ironia fúnebre, nos ensinou que construímos me...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva