Vivemos em um tempo em que o uso da inteligência artificial (IA) como ferramenta parece algo distante. Constantemente, surgem matérias sobre como identificar se um texto foi ou não escrito por um ser humano. É curioso, porque essa verificação pode ser bem simples: basta conversar com a pessoa para perceber a autenticidade do discurso. A questão não é apenas se um texto soa verdadeiro, mas se nós, ao lermos um texto em um espaço público, somos capazes de discernir sua autenticidade. Isso vai além da IA e depende, sim, da nossa estrutura intelectual – ou da nossa habilidade de interpretação, se preferirmos dizer assim.
O problema é que o discurso em si nunca dá conta do "eu". Podemos responder com rapidez e precisão, mas isso ajuda pouco na identificação de algo "real" dentro desse discurso. Perseguir essa autenticidade por meio da IA soa, no mínimo, como uma regressão.
Em última análise, buscar a verdade – uma verdade real e não uma "verdade...
"Mais Perto da Ignorância é um espaço de reflexão crítica sobre os paradoxos da existência contemporânea. Explorando temas como tecnologia, discursividade, materialidade e consumo, inspira-se em autores como Byung-Chul Han, Freud e Nietzsche. O blog questiona narrativas dominantes, desmistifica ilusões e convida ao diálogo profundo. Aqui, ignorância não é falta de saber, mas um confronto com dúvidas e angústias, desafiando verdades superficiais e mercantilizadas.” — José Antonio Lucindo da Silva