Entre átomos e abismos: um olhar reflexivo sobre a guerra à luz de Einstein e Freud José Antônio Lucindo da Silva #maispertoignorancia 20/06/2025 Introdução Escrevo em primeira pessoa, não para oferecer respostas definitivas, mas para tensionar a convivência incômoda entre a bomba que fulmina corpos e a pulsão que, segundo Freud, torna essa bomba psicologicamente “razoável”. Coloco-me, portanto, no interstício: sou ao mesmo tempo espectador de gráficos balísticos em 4K e herdeiro de duas vozes do século XX — Albert Einstein e Sigmund Freud — que, em 1932, trocaram cartas sobre o fantasma da guerra. Revisitar esse diálogo, agora em meio a drones autônomos e hashtags inflamáveis, ajuda-me a perceber que a barbárie é simultaneamente um escândalo físico e uma rotina psíquica. 1 · O escândalo termodinâmico segundo Einstein Einstein via a guerra como um desperdício ontológico: transformar matéria em energia explosiva quando poderíamos transformá-la em luz e conforto humano. Ao pr...
Casais S/A: Quando o amor vira pitch e o prato esfria Autor: José Antônio Lucindo da Silva #maispertodaignorancia Sentei-me para jantar. Celular no bolso, desligado. Estava com minha esposa, familiares, rindo e debatendo sobre as trivialidades e gravidades da vida: política, futebol, o aumento do arroz, a falta de freio nos carros e no bom senso. Aquelas conversas que só fazem sentido porque são vividas e não postadas. Do outro lado do salão, dois corpos próximos e dois discursos distantes. Um casal. Supostamente juntos, mas cada um administrando sua própria "empresa emocional", ou melhor, seus perfis públicos . A conversa era um tipo de reunião de diretoria da afetividade empreendedora: "Você viu que minha loja postou e você nem compartilhou?", ele dizia. "Mas seu conteúdo é muito chato, amor, só fala de filosofia", ela rebatia, entre gráficos e verdades absolutas de dois mais dois. Aparentemente, estavam discutindo sobre a ausência de ap...