O CÉREBRO LEITOR? NÃO, O CORPO EM FALÊNCIA!
O CÉREBRO LEITOR? NÃO, O CORPO EM FALÊNCIA
Dizem que a leitura moldou o cérebro humano — como se bastasse decodificar símbolos para alcançar a redenção cognitiva.
Mas e o corpo que não come? E o silêncio que não ensina?
Enquanto neurocientistas celebram circuitos de leitura profunda, o Brasil tropeça em escolas com teto caindo, crianças que nunca foram lidas e famílias que só leem boletos.
O discurso do “cérebro leitor” soa bonito, mas serve à lógica do desempenho: transforme-se! Aprenda! Leia mais rápido! Fique mais produtivo!
Só que depressão, ansiedade e pânico não se resolvem com um parágrafo bem interpretado.
Temos um mercado abarrotado de psicólogos e um país em colapso subjetivo.
Não falta leitura. Falta vivência. Falta corpo.
O problema não é a ausência de leitura profunda, mas a ausência de chão.
E enquanto o sofrimento for tratado como distração, e a leitura como algoritmo de salvação, o que teremos não será uma sociedade pensante, mas um exército de cérebros cansados fingindo performance.
Porque a leitura sem mundo é devaneio.
E a saúde mental sem política é farsa.
#maispertodaignorancia
Psicólogo José Antonio Lucindo da Silva – CRP 06/172551
Autor do Blog Mais perto da ignorância
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