A Geração Z: O Lucro Importa Mais do Que a Ética?
Ah, a Geração Z... Esses jovens prodígios digitais, nascidos entre 1995 e 2010, que chegaram ao mercado de trabalho como verdadeiros arautos do progresso tecnológico. Não posso negar, com o advento da internet, que se consolidou comercialmente em 1997, a tecnologia empresarial nunca mais foi a mesma. A Geração Z, tão conectada, tão inovadora, trouxe um verdadeiro boom para as empresas. Afinal, quem diria que atualizar um status no Instagram poderia ser mais lucrativo que um aperto de mão firme?
Mas, veja bem, aqui estou eu, me perguntando: será que esses jovens realmente merecem tanta crítica? Empresários, principalmente os mais conservadores, não perdem a chance de apontar o dedo para sua "falta de ética profissional." Como se a etiqueta no trabalho – ah, aquele aperto de mão molhado e o olhar fixo nos olhos – ainda fosse o verdadeiro motor do lucro em tempos de algoritmos.
Ora, sejamos sinceros: se Marx estava certo ao afirmar que as condições materiais determinam a consciência, então o lucro deveria ser a única métrica que importa. E, nesse quesito, a Geração Z não decepciona. A hiperconexão, as inovações em marketing digital, a fluência em múltiplas plataformas tecnológicas... Tudo isso gerou ganhos bilionários para empresas que souberam aproveitar a onda digital.
Por outro lado, há um paradoxo que os mesmos empresários parecem ignorar: nunca houve tanta riqueza e, simultaneamente, tanta miséria. Enquanto alguns lucram com cliques e dados, outros mal conseguem um espaço nas redes para existir. A Geração Z, ironicamente, ampliou o abismo entre aqueles que dominam o capital digital e aqueles que são apenas produtos do algoritmo.
Agora, deixo a grande pergunta no ar: o que realmente importa hoje? A ética no trabalho – esse conceito que parece tão ultrapassado quanto uma linha discada de internet – ou o lucro puro e simples? Se o capital dita as regras, talvez a verdadeira ética corporativa seja, no fim das contas, a maximização dos ganhos, mesmo que isso custe a subjetividade e a autenticidade das relações.
Enquanto os empresários se queixam da "falta de comprometimento" desses jovens, as contas bancárias das empresas continuam a crescer. Quem precisa de um aperto de mão sincero quando os números estão em alta, certo?
Talvez seja hora de aceitar que os discursos sobre ética no trabalho são, em sua essência, distrações discursivas diante da única verdade inescapável do capitalismo: o dinheiro manda, e o resto é ruído.
Referências
BAUMAN, Zygmunt. Amor Líquido: Sobre a Fragilidade dos Laços Humanos. Rio de Janeiro: Zahar, 2004.
BYUNG-CHUL, Han. Sociedade do Cansaço. Petrópolis: Vozes, 2015.
CIORAN, Emil. Breviário de Decomposição. São Paulo: Rocco, 2013.
FÉDIDA, Pierre. O Luto e a Melancolia. São Paulo: Escuta, 1992.
MARX, Karl. O Capital. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.
FREUD, Sigmund. O Mal-Estar na Civilização. São Paulo: Companhia das Letras, 2010.
FORBES BRASIL. Falta de etiqueta prejudica Geração Z no mercado de trabalho. Disponível em: https://forbes.com.br. Acesso em: 22 fev. 2025.
STARTSE. Principais desafios ao integrar a Geração Z no ambiente de trabalho. Disponível em: https://www.startse.com. Acesso em: 22 fev. 2025.
#maispertodaignorancia
@joseantoniolucindodasilva
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