O Que Andam Falando nas Redes e a Realidade que Passa Despercebida: Uma Crítica à Ignorância Sobre o Sistema
Introdução
Nas redes mediáticas, há sempre uma onda de opiniões inflamadas, divididas entre apoiar este ou aquele lado da política. Porém, poucas pessoas param para pensar se o que falam realmente toca nas questões materiais que afetam a vida de quem precisa trabalhar para, literalmente, colocar comida na mesa. O aumento dos preços de alimentos básicos, as falhas em infraestrutura e a precarização da saúde e educação não encontram lugar nesse mar de comentários e curtidas.
A questão é simples: enquanto falamos sobre quem venceu o debate ou quem fez a melhor postagem, a realidade continua se impondo. O preço do arroz não baixa com curtidas. A segurança de andar pelas ruas não melhora com comentários. E o saneamento básico? Bom, esse nem entra na pauta. Mas será que estamos nos preocupando com isso? Ou será que estamos mal informados sobre como tudo isso impacta as pessoas que estão cada vez mais sem recursos?
O Custo da Desinformação
Na América Latina, e especialmente no Brasil, temos o triste título de líderes em desigualdade. Sabia que 1% dos mais ricos concentra quase 44% da riqueza total, enquanto os 50% mais pobres têm apenas 0,8%? É um abismo. No entanto, o que se fala nas redes mediáticas? Em vez de debatermos como essa desigualdade impacta os preços dos produtos essenciais, as discussões ficam limitadas a polarizações políticas estéreis. Afinal, é mais fácil torcer como num jogo de futebol do que encarar a realidade do aumento do preço da cesta básica.
Fonte: www.referência-para-acessar-o-dado.com
O Crescimento da Pobreza: Ignorado por Likes
Em São Paulo, o número de pessoas vivendo nas ruas cresceu quase 39% em menos de um ano. A capital paulista passou de 64.818 pessoas em situação de rua para 89.951. No estado como um todo, são mais de 136 mil pessoas vivendo sem teto. Nacionalmente, esse número já ultrapassa 327 mil. Enquanto isso, nas redes, as discussões giram em torno de teorias conspiratórias ou brigas sobre quem é o "melhor administrador". Mas alguém se pergunta como essas pessoas chegaram a essa situação? Não, porque pensar nisso não gera engajamento.
Fonte: www.g1.globo.com/cidades-sp
Preços Subindo, Mesas Vazias
Agora vamos falar de algo que afeta diretamente todo mundo: a comida. Os preços dos alimentos básicos, como arroz, feijão e carne, têm subido consistentemente nos últimos anos. As mudanças climáticas, a dependência de importações e a má gestão pública fazem com que esses produtos se tornem inacessíveis para milhões de brasileiros. Mas, nas redes mediáticas, o que ouvimos? Comentários vazios sobre como um lado ou outro da política vai "resolver tudo". Resolver como? Será que alguém está realmente preocupado com isso? Ou estamos apenas competindo para ver quem tem a melhor narrativa?
Fonte: www.agenciabrasil.com.br
Por Que Não Falamos Sobre o Que Importa?
A verdade é que falar sobre infraestrutura, saneamento básico ou até mesmo acesso à saúde não rende "curtidas". Falar sobre as falhas do sistema — não de um político ou outro, mas do sistema como um todo — é incômodo. Afinal, quem quer admitir que o problema não está em uma pessoa específica, mas em uma estrutura que beneficia poucos e mantém muitos na ignorância?
Exemplo: O déficit do governo brasileiro em 2024 foi de R$ 52,3 bilhões. Isso significa que gastamos mais do que arrecadamos, e boa parte desse déficit vem de má gestão e corrupção. Mas, nas redes, o que vemos? Discussões sobre aumentar impostos ou cortar programas sociais, sem nunca tocar na raiz do problema: o mau uso do dinheiro público.
Fonte: www.ipea.gov.br
O Sistema Precisa Estar em Conflito?
Uma ideia que raramente aparece nas conversas mediáticas é a necessidade de manter o sistema em conflito. Isso não significa polarização política, mas um questionamento constante das falhas e contradições do sistema. Afinal, sem questionamento, o que nos resta é uma repetição interminável de erros que levam sempre às mesmas crises.
Mas será que as pessoas estão preocupadas com isso? Quando o preço do arroz sobe ou o feijão fica inacessível, qual é o valor de uma discussão nas redes sobre o "melhor líder"? Será que não deveríamos nos perguntar por que estamos discutindo narrativas enquanto as mesas continuam vazias?
Conclusão: Entre o que Falam e o que é Real
Este texto não é uma busca por soluções. Não estou aqui para propor como resolver os problemas de saneamento, alimentação ou desigualdade. Estou aqui para ironizar o fato de que, enquanto discutimos nas redes mediáticas quem é o "culpado", a realidade continua implacável. O arroz não se importa com curtidas. O feijão não baixa de preço porque alguém postou uma teoria genial.
O problema é que estamos mal informados. Ignoramos a materialidade dos problemas e nos prendemos em debates que apenas perpetuam o sistema como está. E sabe o pior? Talvez isso seja conveniente para quem está no poder, porque enquanto brigamos entre nós, ninguém questiona como o sistema nos mantém exatamente onde estamos: divididos, desinformados e preocupados com o que andam falando nas redes mediáticas, em vez de com o que realmente importa.
Referências
1. www.g1.globo.com/cidades-sp
2. www.agenciabrasil.com.br
3. www.ipea.gov.br
4. www.referência-para-acessar-o-dado.com
#maispertodaignorancia
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