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Amar as Pedras: Reflexão sobre a Origem e a Transcendência do Amor

Inspirado pelo texto de Arnaldo Jabor, que ao comentar o filme Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar, nos convida a “amar as pedras” – uma metáfora para o amor que transcende a reciprocidade –, esta reflexão explora a essência do amor como algo que não busca necessariamente um retorno. O amor, nesta perspectiva, não é algo que procuramos fora; ele nasce dentro de nós, como um impulso que transborda, buscando manifestar-se no outro, mesmo sem garantias de resposta. Amar as pedras é amar o que não responde, o que é impassível e, ao mesmo tempo, eterno.
Esse amor, que ultrapassa a necessidade de reciprocidade, nos lembra que, embora todos sejamos finitos, o amor pode ser nossa única ponte para a eternidade. Ao projetarmos nosso amor para fora, conscientes de que ele talvez não encontre acolhimento, vivemos a sua essência mais pura, num ato de entrega total. Amar dessa maneira é alcançar uma liberdade rara: a de amar sem expectativas, na certeza de que o valor do amor reside em si mesmo e não na resposta que ele pode ou não receber.
Essa forma de amor também nos revela que o "eu" é fruto de um amor compartilhado. Somos resultado das relações que nos construíram, da soma dos afetos que recebemos e dos que cultivamos. Nosso “eu”, por mais individual que pareça, é reflexo de amores passados, de laços estabelecidos entre duas pessoas.
Amar as pedras é, assim, um convite a experimentar o amor que transcende nossa própria existência, o amor que não precisa de retorno para ser pleno. É uma maneira de tocar algo eterno, deixando que o amor se manifeste sem reservas, independente da resposta do outro, pois a beleza do amor reside em sua própria capacidade de existir em nós.
Referências
Jabor, A. O Amor é Prosa, o Sexo é Poesia. (Comentário sobre Fale Com Ela de Almodóvar)
Almodóvar, P. Fale Com Ela (Filme).
#maispertodaignorancia
@joseantoniolucindodasilva
Amar as Pedras: Reflexão sobre a Origem e a Transcendência do Amor
O amor não é algo que buscamos fora; ele nasce dentro de nós, como um impulso que transborda, buscando manifestar-se no outro, independente de respostas ou reciprocidade. Inspirando-se na metáfora do “amar as pedras”, explorada por Arnaldo Jabor ao comentar o filme Fale Com Ela, de Pedro Almodóvar, essa ideia sugere um amor que transcende a necessidade de retorno, um amor que simplesmente é. Quando amamos as pedras, estamos prontos para ver o valor no que não nos responde, naquilo que é impassível, desprovido de reciprocidade. Esse ato de amar sem garantias é, em si, uma expressão da profundidade e pureza do amor que carregamos.
Este amor profundo – que se volta tanto ao outro quanto às “pedras” – carrega em si uma força transcendental. Ele nos lembra que, embora todos sejamos finitos, o amor pode ser nossa única ponte para a eternidade. Ao projetarmos nosso amor para fora, mesmo sabendo que ele talvez não encontre acolhimento, estamos nos permitindo vivê-lo em sua essência mais pura, num ato de entrega total. Amar dessa maneira é alcançar uma liberdade rara: a de amar sem expectativas, na certeza de que o valor do amor reside em si mesmo e não na resposta que ele pode ou não receber.
Além disso, essa forma de amor nos revela que o “eu” é também fruto de um amor compartilhado. Somos resultado das relações que nos construíram, da soma dos afetos que recebemos e dos que cultivamos. Nosso “eu”, por mais individual que pareça, é um reflexo de amores passados, de laços estabelecidos entre duas pessoas.
Amar as pedras, portanto, é um convite a experimentar o amor que transcende nossa própria existência, o amor que não precisa de retorno para ser pleno. É uma maneira de tocar algo eterno, ao deixar que o amor se manifeste sem reservas, independente da resposta do outro, pois a beleza do amor reside em sua própria capacidade de existir em nós.

Referências

Jabor, A. O Amor é Prosa, o Sexo é Poesia. (Comentário sobre Fale Com Ela de Almodóvar)

Almodóvar, P. Fale Com Ela (Filme).

#maispertodaignorancia
@joseantoniolucindodasilva

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