Na sociedade digital contemporânea, a identidade pessoal, ou o “eu”, foi transformada em um conjunto de dados que pode ser coletado, analisado e vendido para a oferta mais alta. Esses dados são usados para fins de marketing, para personalizar anúncios e produtos, e para prever comportamentos e preferências.
O filósofo sul-coreano Byung-Chul Han argumenta que vivemos em uma sociedade onde a ênfase está na performance, na produtividade e na busca constante de resultados. Essa pressão para ser produtivo o tempo todo, para sempre se apresentar de uma certa maneira, pode levar a uma sensação de exaustão e ao esgotamento mental.
Nesse contexto, o “eu” se torna uma “não-coisa”, uma entidade que é constantemente moldada e remodelada em resposta às demandas de produtividade. Isso pode levar a uma sensação de alienação e desconexão, pois o “eu” que é apresentado online pode não corresponder à nossa verdadeira identidade ou experiência.
Além disso, essa pressão para ser produtivo pode levar a uma obsessão com a “razão virtual de ser”, onde a validação online e a presença digital se tornam o foco principal da existência de alguém.
Referências:
: Lupton, D. (2015). Digital Sociology. Routledge.
: Han, B.-C. (2015). The Burnout Society. Stanford University Press.
: Han, B.-C. (2017). In the Swarm: Digital Prospects. MIT Press.
: Han, B.-C. (2017). Psychopolitics: Neoliberalism and New Technologies of Power. Verso.
: Han, B.-C. (2018). The Agony of Eros. MIT Press.
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