É possível imaginar que tal situação corresponda a um paradoxo, ou mesmo a um silogismo que não leva a nada conclusivo, apenas a uma percepção da vida.
Falar sobre o desejo, sobre o olhar, sobre o contato com o outro, essa percepção que de certa forma desapareceu, vem desaparecendo na verdade. Porque não dá para concluir isso até porque a minha rede social é pequena, não posso falar em nome de um grupo maior do que eu estou envolvido. Porém, é notável perceber que as dificuldades de expressão no olhar, a interpretação mesmo, que seria uma coisa mais relacionada com a própria educação familiar, onde as expressões do sorriso, enfim, toda aquela percepção que se tinha através do olhar para com o outro dentro dessa própria estrutura civilizatória. Um piscar de olhos significava muita coisa, um olhar fixo e atento no diálogo significava uma profundidade. E me parece que para que isso ainda aconteça é necessário silêncio, mas que silêncio é esse? O silêncio do olhar, que já disse muito mais de uma alma do que apenas discursos. E aqui eu não estou falando nada contra o discurso, o discurso é essencial, senão não comunico o que eu falo, não é isso? Eu estou dizendo que a representação do olhar do outro vai muito mais além do que o discurso ou as falas que ele expressa e pouco.
Vem se notando nisso, que é uma expressão bastante importante e que diz muita coisa, sempre disse muita coisa, pense que a linguagem veio depois e toda uma interpretação, principalmente entre nossos conterrâneos, coletores, caçadores, a galera da Idade Média, galera do Paleolítico, enfim, essa galera aí. O olhar para eles, sem uma representação discursiva que poderia dar uma sensação, uma percepção de mundo, era toda conduzida através do olhar. Temos uma obra, que é uma obra brasileira onde o autor descreve o personagem e eu não tenho nada para falar porque eu não tenho nada para pensar, eu não tenho uma fala sobre isso, mas veja, ele tem um olhar sobre aquela situação, ele está vivendo, porém ele não tem discurso, entendimento para elaborar o que ele está sentindo. Então as expressões ficam todas depositadas nesse corpo e o corpo, como sempre, diz muita coisa. É para aqueles que ignoram isso, espero chegar a uma idade de 50 anos com rejuvenescimento de 20, materialmente falando, e fisicamente falando e isso eu não quero dizer espiritualmente para você entender que o corpo, ele é uma das maiores expressões que ele pode dar para sua alma, não em matéria estética como correr numa academia, não, não é isso o que eu estou querendo dizer, é que o olhar perceptivo sobre essas redes de imagem que são alocadas conduzem realmente a um espírito rejuvenescedor e enfim, narcisista e tal, só que o olhar para sua matéria e ter a percepção de que ela está se esvaindo.
E me parece que o olhar, e agora mudamos o olhar, vamos para o olhar perceptivo, que isso implica, não existe. Então você tem uma saturação de pessoas que recorrem ao remédio para manter um olhar espiritual de uma pessoa de 26 anos e isso é impossível porque você nega, materialmente falando, todo um passado existencial que poderia te dar um olhar mais sábio. O mestre vai dizer, que pena, vai ficar velho antes de ficar sábio, parece que é isso também que estamos percebendo. Eu estou percebendo na verdade, nós não sei, eu, nós é muito difícil, é muito nós, é muita gente, assim como vocês, porra, vocês é muita gente. Então só posso falar da minha percepção. E aqui eu posso estar completamente enganado ou quem ler, talvez poderá dizer. Esse cara não está no planeta Terra, mas enfim.
É errado, não sei, é difícil avaliar esse tipo de situação, porque o olhar já foi até mesmo sinal de morte, de vida, as mais belas paixões foram descritas de um silêncio de um olhar ao outro. E esse olhar de milhares de anos é um olhar discursivo, jamais a história está aí para nos dizer que o olhar, ainda por mais de ter sido o último, um dos últimos dos sentidos a se desenvolver na evolução humana, ele tem uma importância fundamental na comunicação e na percepção do mundo
#maispertodaignorancia
@joseantoniolucindodasilva
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