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Mensagens

Podcast, apenas discursos!

Bem-vindo ao "Mais Perto da Ignorância", um espaço onde exploramos as contradições e tensões da contemporaneidade. Neste podcast, mergulhamos em reflexões sobre psicologia, filosofia e tecnologia, questionando como essas forças moldam nosso "eu" e as relações humanas. Inspirado por autores como Freud, Lacan e Byung-Chul Han, discutimos temas como o impacto das redes sociais, a mercantilização das relações e o desespero silencioso da modernidade. Se você busca questionar certezas, aprofundar discussões e enxergar além das aparências, este é o seu lugar. Porque, no fim, quanto mais sabemos, mais estamos   #maispertodaignorancia. Aperte o play e comece essa jornada conosco!   PLAY

Vínculo Fantasma: Relações Superficiais e Narcisismo na Era Digital

Introdução No contexto da comunicação digital contemporânea, observamos o fenômeno do "vínculo fantasma" — conexões superficiais que simulam proximidade e validação, mas carecem do compromisso e da profundidade dos relacionamentos autênticos. A sociedade atual, voltada para a aparência e o consumo, facilita a formação de laços efêmeros e descartáveis, onde o outro é idealizado, mas permanece funcional e utilitário. Esse fenômeno é amplificado nas redes sociais, onde a busca incessante por validação e satisfação imediata perpetua um ciclo de superficialidade, afastando-nos das relações verdadeiras, que demandam envolvimento genuíno e disposição para enfrentar as diferenças. A Superficialidade das Conexões Digitais O conceito de "liquidez" de Zygmunt Bauman descreve a fragilidade dos laços humanos na pós-modernidade. Nas redes sociais, essa ideia toma forma concreta: vínculos são construídos rapidamente e desfeitos com igual rapidez. A gratificação inst...

O ‘Quadrado’ da Verdade: IA, Discurso e a Ilusão de Autenticidade

Vivemos em um tempo em que o uso da inteligência artificial (IA) como ferramenta parece algo distante. Constantemente, surgem matérias sobre como identificar se um texto foi ou não escrito por um ser humano. É curioso, porque essa verificação pode ser bem simples: basta conversar com a pessoa para perceber a autenticidade do discurso. A questão não é apenas se um texto soa verdadeiro, mas se nós, ao lermos um texto em um espaço público, somos capazes de discernir sua autenticidade. Isso vai além da IA e depende, sim, da nossa estrutura intelectual – ou da nossa habilidade de interpretação, se preferirmos dizer assim. O problema é que o discurso em si nunca dá conta do "eu". Podemos responder com rapidez e precisão, mas isso ajuda pouco na identificação de algo "real" dentro desse discurso. Perseguir essa autenticidade por meio da IA soa, no mínimo, como uma regressão. Em última análise, buscar a verdade – uma verdade real e não uma "verdade...

Marte, Elon Musk e a Riqueza do Vazio

Marte, Elon Musk e a Riqueza do Vazio O que é ser rico na contemporaneidade? Parece ser mais uma questão de saber contar histórias do que possuir qualquer coisa palpável. Tomemos Elon Musk como exemplo. Alçado ao panteão dos "deuses modernos" pela mídia e por seus seguidores digitais, ele encarna o papel de visionário absoluto: o homem que nos levará a Marte, colonizará desertos e, de quebra, implantará chips em cérebros humanos. Mas será que estamos falando de riqueza ou de um espetáculo cuidadosamente ensaiado para alimentar uma narrativa? A riqueza de Musk é performativa. Ele é o grande maestro de um discurso onde foguetes e carros elétricos simbolizam o "futuro da humanidade". No entanto, essa fortuna não se traduz em algo tão tangível quanto imaginamos. Sua maior habilidade não é acumular dinheiro, mas acumular narrativas — narrativas que nos fazem acreditar que ele é, de fato, o homem mais rico do mundo, mesmo que, na prática, boa parte de seu cap...

A Limitação do Discurso Institucional na Recuperação: Uma Reflexão a Partir do Mito de Sísifo

O discurso de XXXX, embora bem estruturado e baseado em uma experiência direta com a realidade da recuperação, revela um aspecto importante: sua visão está fortemente ancorada em um ambiente específico e controlado, como o de uma instituição clínica. Essa limitação, que não desvaloriza sua fala, apenas a restringe a um espaço discursivo que não necessariamente se aplica ao caos da vida cotidiana fora desse ambiente. A questão que surge aqui, então, é como os comportamentos e percepções construídos dentro desse espaço podem sustentar o indivíduo quando ele é exposto a uma realidade fluida, onde as regras e verdades são constantemente questionadas e reconfiguradas. Dentro de uma clínica, as regras são claras, as escolhas são limitadas e o ambiente proporciona uma sensação de segurança. No entanto, quando o indivíduo sai desse espaço e é inserido novamente na sociedade – um ambiente caótico e imprevisível – as regras rígidas da instituição não se aplicam mais da mesma manei...

Narcisismo Digital: A Ilusão da Identidade na Era das Validações Efêmeras

O narcisismo, um conceito central no pensamento freudiano, passou por profundas transformações com o advento das tecnologias digitais e das redes sociais. Enquanto, na psicanálise tradicional, o narcisismo descreve a relação do sujeito com sua própria imagem e a busca incessante por validação através do outro, o contexto contemporâneo das redes sociais ampliou e intensificou essa dinâmica. O "eu" narcisista agora se encontra em uma nova fase: seu espelho, que outrora era uma superfície simbólica e subjetiva, tornou-se uma tela lisa, onde o reflexo se transforma em funcionalidade. Esta funcionalidade digital, porém, esvazia a subjetividade, criando um ciclo de demanda que nunca alcança a satisfação plena do desejo. Narcisismo: Do Espelho à Tela Na mitologia, Narciso, ao se ver refletido na água, ficou fascinado por sua própria imagem, sem jamais compreendê-la completamente. Esse mito representa a tragédia de um "eu" que nunca pode se conhecer plenamen...

Feliz Sexta, ou Seria Segunda com Glacê?

Bom dia. Chegamos à tão esperada sexta-feira. E vejam só, amanhã é feriado! Esperamos por esse momento durante a semana toda. Começamos o dia na segunda-feira já pensando no desespero que ela traz, mas é claro, não só na segunda. Na verdade, começamos a sentir o peso no domingo à tarde, quando percebemos que o dia de descanso está terminando. Agora, para alguns privilegiados, o fim de semana é um prêmio. Mas para os que não têm essa escolha, o campo de batalha continua. E que campo de batalha é esse? Aquele que trava nossa materialidade: trabalhar para comer, para existir, para poder discursar. Chorar na segunda-feira? Ou talvez no começo da tarde de um domingo, quando os programas dominicais chegam ao fim? Ora, não esqueçamos que logo viveremos isso de novo no próximo domingo. E será que vamos aprender a viver, de fato? Ou continuaremos apenas existindo, presos a essa rotina onde os horários nos roubam a percepção do que é real? Segunda, terça, quarta, quinta, sexta, sá...